Favoritar este trabalho
Como citar esse trabalho?
Resumo

As violências causam grandes impactos de morbimortalidades por causas externas no Brasil. A notificação desse agravo contra crianças, adolescentes, mulheres e pessoas idosas é uma obrigatoriedade legal, resultado de uma luta permanente para que a violência contra essas populações saia da invisibilidade. A pandemia da Covid-19 impulsionou a vulnerabilidade devido a quarentena.

Objetivos

Descrever o perfil epidemiológico das violências interpessoais e autoprovocadas a partir de uma série histórica de 2015 a 2021, considerando os reflexos da pandemia da Covid-19 nessa vigilância.

Metodologia

Estudo observacional, descritivo e transversal sobre as vigilâncias das violências de 2015 a 2021 na VIII Região de Saúde de Pernambuco. Considerou-se as violências para fins de notificação, qualquer conduta de ação ou omissão de caráter intencional (interpessoal ou autoprovocada) que cause ou venha a causar dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político, econômico ou patrimonial. Os dados foram de fonte secundária, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), resguardado o sigilo pessoal conforme as exigências éticas de pesquisas com seres humanos.

Resultados

De 2015 a 2021, foram 17.294 casos suspeitos e/ou confirmados de violência. O sexo feminino representou 68,8% de registros, a faixa etária de 0-9 anos predominou. A soma de raça/cor indígena, parda e preta correspondeu a 88,8%. O local de ocorrência foi a residência em 78% das vítimas. Até 2019, a VIII Região de Saúde de Pernambuco apresentava crescimento exponencial de notificação, contudo em 2020 com o início da pandemia da Covid-19 houve uma redução de 11,9% das notificações e a elevação de 12,5% em 2021. Identificou-se no período estudado 2.608 casos de violência autoprovocada, caracterizada por elevação exponencial até 2019 e redução de 21,8% em 2020 e ascensão de 17,6% em 2021.

Conclusões/Considerações

A vigilância das violências demonstrou a invisibilidade persistente para o agravo e o início da pandemia de Covid-19 refletindo na subnotificação, uma vez que o ambiente residencial é o principal local de ocorrência e devido a quarentena prolongada esperava-se o inverso. Portanto, faz-se necessário mais investimentos em políticas públicas para melhoria da vigilância do agravo, assim como assistência integral as vítimas.

Compartilhe suas ideias ou dúvidas com os autores!

Sabia que o maior estímulo no desenvolvimento científico e cultural é a curiosidade? Deixe seus questionamentos ou sugestões para o autor!

Faça login para interagir

Tem uma dúvida ou sugestão? Compartilhe seu feedback com os autores!

Eixo Temático
  • Eixo 05 - A pandemia de COVID-19 e seus legados