TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS EM TRABALHADORES "INVISÍVEIS" DA SAÚDE NO CONTEXTO DA COVID-19: ÊNFASE NA RELAÇÃO COM OS ESTRESSORES OCUPACIONAIS

Vol 2, 2022 - 163683
Relato de Pesquisa
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Resumo

A pandemia traz impactos diversos em diferentes grupos de trabalhadores/as. Mudanças drásticas na rotina de trabalho, ausência/limitação de suporte e condições laborais desfavoráveis (principalmente entre os trabalhadores invisíveis da saúde) são situações evidenciadas na pandemia por esses profissionais, que podem gerar adoecimento psíquico, dentre eles os transtornos mentais comuns – TMC.

Objetivos

Descrever características de trabalhadores/as “invisíveis” da saúde e avaliar associação entre estressores ocupacionais e transtornos mentais comuns (TMC), no contexto da pandemia de Covid-19.

Metodologia

Estudo transversal incluindo amostra probabilística de 795 trabalhadores/as invisíveis (trabalhadores de apoio, conservação e limpeza; técnicos e auxiliares; Agentes Comunitários de Saúde - ACS e Agentes de Combate às Endemias – ACE; gestão e vigilância em saúde) da saúde de três municípios baianos, entre 2021 e 2022. A coleta de dados utilizou questionário estruturado, previamente testado. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os TMC foram avaliados pelo SRQ-20. A escala Desequilíbrio Esforço-Recompensa (DER) e o Modelo Demanda-Controle avaliaram os estressores ocupacionais. Análise descritiva, bivariada e múltipla para avaliar associação entre as variáveis de interesse.

Resultados

Características socioeconômicas e laborais variaram entre as categorias profissionais, com desvantagens evidentes para alguns grupos. Predomínio de pretos/pardos (94,6%), mulheres (82%), renda de até 2 salários (90,6%). Prevalência de TMC elevada em todos os grupos (39,9%), com destaque para os ACS/ACES (47,2%). TMC estava associado a: 1.comprometimento excessivo com o trabalho–CET entre trabalhadores de apoio/conservação/limpeza; 2.CET, desequilíbrio esforço-recompensa-DER, alta demanda psicológica e o baixo controle entre ACS-ACE; 3. CET, DER, alta exigência, maior idade e tempo de trabalho entre técnicos; 4. DER e baixo controle entre os trabalhadores de gestão e vigilância.

Conclusões/Considerações

A pandemia intensificou os estressores ocupacionais favorecendo o adoecimento mental entre todos os trabalhadores da saúde, destacando-se os trabalhadores invisíveis. Estressores ocupacionais tiveram papel relevante no adoecimento mental, demandando regulação, acompanhamento e controle. Ressalta-se a necessidade de políticas públicas visando à prevenção e promoção da saúde, reduzindo estressores e promovendo ambientes laborais saudáveis.

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