Anais do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Anais do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

A Terapia Comunitária foi incorporada em 2017 à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares como uma ferramenta da atenção básica à saúde. Tem como intuito formar redes sociais solidárias e pode ser aplicada em qualquer espaço comunitário, entre pessoas de qualquer nível socioeconômico e educacional.

Objetivos

Este estudo teve como objetivo compreender as maneiras como a psicologia pode fomentar as rodas de Terapia Comunitária no âmbito da atenção básica.

Metodologia

Trata-se de uma pesquisa-intervenção de finalidade descritiva e caráter exploratório. Foram realizadas quatro rodas de Terapia Comunitária. As rodas seguiram as seis etapas propostas pela Terapia Comunitária: acolhimento, escolha do tema, contextualização, problematização, conclusão e apreciação. Participaram oito usuárias de uma Unidade Básica de Saúde de Parnaíba-PI.

Resultados

O grupo gerou uma transição do individual para o comunitário, sendo uma reposta social na saúde contra a intimização e individualização do sofrimento. Houve uma identificação mútua das mulheres, às quais aderiram a um dispositivo não medicalizante: o grupo. Neste espaço, as mulheres traziam experiências de serem reiteradamente recolocadas num lugar subalterno, mas na roda, tais experiências podem ser integradas na escuta e na partilha da inquietação uma da outra com temas diversos como medicação, relação com os familiares, questões financeiras e a solidão. A Terapia Comunitária proporcionou um fortalecimento do “eu” nas participantes.

Conclusões/Considerações

As terapias complementares e integrativas promovem saúde e previnem doenças. A Terapia Comunitária possibilita a utilização das tecnologias leves no cuidado e impulsiona ações de promoção à saúde no âmbito da atenção básica. Porém, é uma ferramenta pouco discutida e conhecida no âmbito da Psicologia.