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A população privada de liberdade é um segmento submetido a situações que reforçam sua vulnerabilidade ao adoecimento e ao óbito. Dentre os fatores que afetam esta população, destacam-se os determinantes sociais de saúde. Assim, é essencial compreender os determinantes que permeiam a coinfecção Tuberculose/HIV no âmbito prisional, para desenvolver efetivas estratégias de prevenção e tratamento.
Objetivos
Analisar os fatores sociodemográficos, clínicos e de tratamento associados aos óbitos por coinfecção tuberculose/HIV em pessoas privadas de liberdade.
Metodologia
Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva, realizado no estado de São Paulo no período de 2008-2017. A população do estudo foi constituída pelas pessoas com coinfecção em privação de liberdade. Os dados foram coletados do Sistema de Controle de Pacientes com Tuberculose (TB-WEB) e Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM). A análise ocorreu por meio de distribuição de frequência, cálculo do risco relativo (RR) e respectivos intervalos de confiança (IC95%), o qual permitiu testar a associação da variável dependente (óbito) com as variáveis independentes (sociodemográficas, clínicas e de tratamento).
Resultados
Ocorreram 100 óbitos por tuberculose ou HIV na população de estudo. Apresentaram associação com o óbito, pessoas da Coordenadoria do Vale do Paraíba/Litoral (RR 2,59; IC95% 1,35-4,94) em comparação aos da Coordenadoria Oeste. As faixas etárias de 30 a 39 anos (RR 2,49; IC95% 1,04-5,96), 40 a 49 anos (RR 7,09; IC95% 3,06-19,06) e 50 a 59 anos (RR 14,11; IC95% 5,91-33,69) demostraram maior risco de óbito. Pessoas em tratamento autoadministrado obtiveram 1,94 (IC95% 1,16-3,27) vezes mais risco de ir à óbito em relação àquelas que realizaram tratamento diretamente observado. O óbito por tuberculose e HIV em pessoas com coinfecção apresentou associação com a internação (RR 2,62; IC95% 1,69-4,07).
Conclusões/Considerações
Identificou-se os determinantes sociais para o óbito da coinfecção TB/HIV, de tal forma que seja possível elaborar e aprimorar a implementação de diretrizes para controle e tratamento de coinfecção no sistema prisional. Dentre tais determinantes, destacam-se a detenção na Coordenadoria do Vale do Paraíba/Litoral, as faixas etárias superiores a 29 anos, pessoas em tratamento autoadministrado e aquelas que necessitaram de internação.
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