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Resumo

As pessoas privadas de liberdade foram diretamente afetadas pela pandemia da covid-19, especialmente pelo elevado risco de disseminação do vírus no ambiente carcerário e dificuldade na adoção de medidas de prevenção e controle. Considerando a identificação de quatro casos de covid-19 em uma ala da Penitenciária Feminina, foi realizada uma investigação epidemiológica a fim de descrever o evento.

Objetivos

Identificar e descrever os casos de covid-19 em uma das alas da Penitenciária Feminina do Distrito Federal, durante investigação epidemiológica de um surto, entre setembro e outubro de 2021.

Metodologia

Foi realizado um estudo descritivo, por meio de um censo, incluindo internas em regime semiaberto alocadas em uma ala de um bloco específico da Penitenciária Feminina, no Distrito Federal, entre setembro e outubro de 2021. Considerou-se como caso confirmado: interna com teste de biologia molecular (RT-PCR) com resultado detectável para SARS-CoV-2. Foram realizadas duas testagens em massa com intervalo de cinco dias. Para coleta de dados, foi utilizado um questionário semiestruturado. Foram utilizadas medidas de frequência absoluta e relativa, e de tendência central e dispersão. O estudo garantiu o sigilo e o anonimato, protegendo a identidade das participantes.

Resultados

De 97 internas, 93 (95,9%) participaram do estudo; as quatro que já haviam sido detectadas com covid-19 cumpriram isolamento em outra ala, e apenas os contatos foram testados. Entre as 93, nenhuma apresentou resultado detectável na primeira testagem, enquanto duas foram positivas na segunda, configurando incidência de infecção por SARS-CoV-2 de 2,1%. Todos os casos evoluíram para cura; 90 (96,7%) estavam vacinadas havia três meses, sendo 83 (92,2%) com a vacina Janssen. Nessa ala, as 93 internas ficavam dispostas em uma única cela; 100,0% possuíam o benefício do trabalho externo e cumpriram quarentena por 35 dias, estando afastadas do trabalho nesse período.

Conclusões/Considerações

Apesar do contexto de superlotação, a alta proporção de internas vacinadas pode ter contribuído para a baixa incidência de infecção, demonstrando a importância da vacina para essa população. A investigação epidemiológica contribuiu para repensar a estratégia de quarentena no contexto penitenciário, uma vez que o tempo indicado pelo Ministério da Saúde era de 14 dias. Ainda, apoiou o direcionamento do retorno das internas às atividades laborais.

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Eixo Temático
  • Eixo 05 - A pandemia de COVID-19 e seus legados