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Transtornos mentais e comportamentais têm se constituído em um dos fenômenos psicossociais de alta magnitude, com crescente ocorrência dos transtornos mentais comuns (TMC), principalmente nos ambientes de trabalho. O estudo das diferenças geracionais tem se concentrado em aspectos relacionados ao impacto no ambiente de trabalho, retratando em sua maioria, à gestão e clima organizacionais.
Objetivos
Estimar a prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMC), segundo gerações de nascimento e gênero entre servidores públicos participantes do ELSA-Brasil.
Metodologia
Estudo transversal realizado com 15.105 participantes da linha de base do Estudo Longitudinal Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Estimou-se prevalência dos TMC a partir do Clinical Interview Schedule - Revised (CIS-R) e descrição de acordo com raça/cor da pele autodeclarada, escolaridade, situação conjugal, consumo de álcool, tabagismo, uso de antidepressivos e uso de benzodiazepínicos. A data de nascimento caracterizou a geração de nascimento. Todas as análises foram estratificadas por sexo, utilizando-se o teste de qui-quadrado, com nível de significância de 5%.
Resultados
Analisando as características gerais dos participantes do ELSA-Brasil, segundo geração e sexo, observou-se que todas as características analisadas indicaram associação positiva e estatisticamente significante. Mais de 60% da coorte pertence a geração Baby Boomers. A prevalência de TMC foi de 26,7% (mulheres=33,8% e homens=18,4%). A maior prevalência ocorreu entre os participantes da Geração X (30,4%), com IC 95% [1,62-2,03]. Os TMC foram mais prevalentes entre as mulheres comparado aos homens em todas as gerações. Observa-se aumento no nível de escolaridade a cada geração, tanto para os homens, quanto para as mulheres e da inserção entre os participantes da raça/cor da pele pardos e pretos.
Conclusões/Considerações
Gerações mais jovens e mulheres apresentaram prevalências mais altas de TMC. São salutares investigações baseadas em coortes geracionais e sua conexão com a saúde para analisar o impacto das demandas do trabalho e tarefas domésticas no adoecimento desses/as trabalhadores/as, e fomentar melhorias para minimizar as desigualdades de gênero.
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