FREQUÊNCIA DE PARTOS “ESPONTÂNEOS”, E FATORES ASSOCIADOS, NOS SETORES PÚBLICO E PRIVADO NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (2012-2019)

Vol 2, 2022 - 161643
Relato de Pesquisa
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Resumo

Medicamentos para acelerar ou induzir o parto têm seu lugar na assistência, mas exigem um uso cauteloso, e aumentam o desconforto materno. Protocolos rigorosos têm sido instituídos para seu uso e registro, pelo risco de desfechos maternos e neonatais adversos. Apesar do uso disseminado desses medicamentos no Brasil, a informação sobre sua frequência, tendências e fatores associados ainda é escassa.

Objetivos

Analisar a ocorrência da indução de parto e fatores associados (sociodemográficos, obstétricos e da assistência), nos setores público e privado. Ampliar a informação sobre intervenções de interesse da segurança das pacientes, com dados do SINASC.

Metodologia

Análise descritiva e dos fatores associados à indução de parto em 1.440.326 nascimentos (793.382 no setor público e 646.944 no privado) no Município de São Paulo, com base nos dados do SINASC, no período de 2012 a 2019. O uso de drogas para aceleração do parto, muito comum, não é visível no SINASC. Foram usadas 3 variáveis da ficha: (37) “O parto foi induzido?”, (38) “Tipo de parto” e (39) “A cesárea ocorreu antes do trabalho de parto se iniciar?” para reclassificar os partos em 6 tipos considerando seu início: 2 tipos de partos vaginais (espontâneo ou induzido), e 4 tipos de cesárea (anteparto sem indução, anteparto com indução, intraparto sem indução e intraparto com indução).

Resultados

Do total de partos, a taxa de indução foi 36,6 % no SUS e 12,9% no setor privado. No SUS, dos 291.440 partos que iniciaram indução, 18.544 (6,4%) resultaram em cesárea anteparto, 51.207 (17,6%) em cesáreas intraparto, e 221.692 (76,1%) em vaginais induzidos. No setor privado, dos 83.351 partos que iniciaram indução, 9.386 (11,3%) resultaram em cesárea anteparto, 22.835 (27,3%) em cesáreas intraparto, e 61,3% resultaram em vaginais induzidos. No SUS e no privado, a indução variou inversamente com a idade, a escolaridade e a paridade. Nos partos a termo, aumentou de 34,3% (37-38 semanas) a 50,5% (>40 semanas) no SUS, e no setor privado, de 10,2% (37-38 semanas) a 25,0% (>40 semanas).

Conclusões/Considerações

A indução de parto é mais usada no SUS (onde resulta em maiores taxas de sucesso), e sua frequência aumenta com a idade gestacional nos partos a termo, chegando a mais da metade dos partos >40 semanas no SUS. Os dados do SINASC permitem estimar a frequência da indução, tendências e fatores associados. O registro padronizado de drogas como ocitocina, com indicações e doses utilizadas, ampliaria a análise da morbimortalidade materna e neonatais.

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  • Eixo 02 - Desafios e caminhos para (re)construção do Brasil e o papel das políticas sociais