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Com a introdução acelerada de vacinas Covid-19, distintas tecnologias de produção e administração em milhões de indivíduos, houve um aumento de notificações de eventos adversos pós-vacinação, contribuindo para a desconfiança no programa de imunização, queda nas coberturas vacinais além do aumento da susceptibilidade da população referente à infecção. Sendo relevante a farmacovigilância de EAPV.
Objetivos
Este estudo objetivou caracterizar os casos notificados dos eventos adversos pós-vacinação (EAPV) de vacinas contra a COVID-19, pelo período de 1 ano, no estado de Minas Gerais, Brasil.
Metodologia
Estudo descritivo, com abordagem quantitativa, realizado com dados secundários do e-SUS Notifica no estado de Minas Gerais, Brasil, no período de 18 de janeiro de 2021 a 21 de janeiro de 2022. Foram analisadas 34.971 notificações de EAPV contra a COVID-19. As variáveis consideradas foram: vacinas administradas; tipo de evento (evento adverso, erro de imunização), classificação da gravidade (evento grave, evento não grave), idade, sexo e causalidade. Calculou-se a Taxa de Incidência (TI) de eventos adversos para 100 mil doses aplicadas no estado.
Resultados
No período do estudo, foram administradas 34.307.831 doses das vacinas COVID-19 e foram notificados 34.382 casos de EAPV, sendo 31.544 (91,7%) eventos adversos, com taxa de incidência (TI) de 91,94 casos a cada 100 mil doses aplicadas e 2.838 (8,2%) erros de imunização (TI = 8,27), sendo 80 (0,2%) com evento adverso (TI = 0,2). Quanto à Gravidade, 29.093 (92,2%) foram classificados como eventos adversos não graves (TI = 84,8). Os eventos adversos graves corresponderam a 7,77% dos EAPV (TI = 7,1) e os óbitos 2,92% de todos os EAPV (TI = 2,69). Em relação à causalidade dos óbitos, 76,1% não tiveram associação causal com as vacinas, encerrados como reações coincidentes ou inconsistentes.
Conclusões/Considerações
Apesar dos EAPV terem sido frequentes no estado de Minas Gerais, a grande maioria deles foram eventos adversos não graves e, em relação aos óbitos encerrados, a maioria não teve associação causal com as vacinas, mas foram de condições preexistentes causadas por outros fatores (e não pelas vacinas). O estudo demonstra a importância da notificação de EAPV e a segurança das vacinas para a população.
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