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A web 2.0 e o processo de globalização têm disparado novas formas das pessoas performarem as suas identidades sociais. As adolescentes negras, estando em processo intenso de formação, vêm utilizando os espaços digitais como lugares de produção de subjetividades, mas ao mesmo tempo, o ambiente virtual têm se apresentado como meio de propagação do racismo com implicações para a saúde mental.
Objetivos
Analisar o lugar da rede social Instagram enquanto espaço de produção e reprodução de subjetividades em suas conexões com a saúde mental e emocionalidade das adolescentes negras da periferia da cidade do Recife, assim como os efeitos dessa exposição.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa de campo de abordagem qualitativa e de natureza interdisciplinar. Uma escola de ensino médio da periferia da cidade do Recife – PE, foi o cenário do estudo; realizado entre agosto de 2021 e maio de 2022. Participaram nove adolescentes autodeclaradas negras, que possuíssem perfil na rede social Instagram. Para a coleta de dados recorreu-se à sociologia reflexiva e ao conceito de habitus de Bourdieu (1994) e à Teoria das Representações Sociais (TRS), de Jodelet (2011), que subsidiaram a observação participante, a etnografia digital e a entrevista semiestruturada. O material foi submetido à Análise do Discurso de Orlandi (1992) em sua articulação com a TRS.
Resultados
A etnografia digital e as entrevistas realizadas demonstraram que a rede social Instagram têm se configurado como um espaço de interação para as adolescentes negras. Suas trajetórias vêm sendo escritas diariamente neste espaço, mas por outro lado, a rede social vêm se constituindo como um meio gerador de ansiedades para essas jovens. O desejo de serem vistas e terem “engajamento” tem se materializado em distintas formas de se autorepresentarem nas telas, todavia, não há clareza de projetos ou objetivos consistentes. As falas das jovens revelam que o conteúdo postado e as interações mediadas por esta rede, por vezes, sexualizam seus corpos e, as expõem ao machismo, sexismo e racismo.
Conclusões/Considerações
O Instagram, mesmo sendo um importante espaço para a performance identitária dessas jovens, traz consigo riscos para a saúde mental e emocionalidade. Evidencia-se que a rede tem participado na estruturação dos aspectos interseccionais, de modo desfavorável, para o grupo estudado. Ainda se revela como os serviços de saúde mental não se fazem presentes no ambiente escolar e que as adolescentes têm construído suas trajetórias solitariamente
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