DISCRIMINAÇÃO POR RAÇA, GÊNERO E CLASSE SOCIAL NA FORMAÇÃO EM ODONTOLOGIA

Vol 2, 2022 - 161110
Relato de Pesquisa
Favoritar este trabalho
Como citar esse trabalho?
Resumo

As ações afirmativas para ingresso nas instituições de ensino superior possibilitou que indivíduos historicamente excluídos, como aqueles oriundos de escolas públicas, de baixa renda e negros, alcançassem uma formação superior. Apesar da democratização do ensino superior, as desigualdades continuam enormes, e junto soma-se o aumento de casos de discriminação e racismo nestes espaços.

Objetivos

Analisar a discriminação sofrida ou percebida durante a formação em um curso de graduação em Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, bem como investigar os reflexos na formação e as medidas tomadas para o enfrentamento.

Metodologia

Trata-se de um estudo com delineamento qualitativo e de natureza exploratória-descritiva, cujas informações foram examinadas através da análise de conteúdo categorial temática. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo comitê de ética institucional. Ao todo, foram realizadas nove entrevistas individuais, guiadas pelo roteiro semi-estruturado, com egressos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, formados no período de 2019 a 2020, de diferentes formas de acesso à universidade e com diferentes autodeclarações de cor.

Resultados

Observou-se que todos entrevistados relataram ter sofrido ou perceberam situações de racismo e discriminação, principalmente pelo gênero. Os egressos cotistas sofreram mais discriminação de raça e classe social, por vezes simultaneamente. Ainda, encontrou-se grande desconhecimento dos entrevistados sobre os canais disponíveis para realizar denúncias. O medo de represálias que poderiam ocorrer, principalmente por parte dos docentes, limitou a procura dos canais de denúncia pelos envolvidos nas situações de discriminação. O apoio entre colegas e coletivos foi importante para superar as situações de discriminação sofridas ao longo da graduação.

Conclusões/Considerações

Os resultados mostram a urgência de criar espaços para debater e propor estratégias para enfrentar as discriminações durante a formação. A implementação de disciplinas para a educação das relações étnico-raciais no currículo do curso é fundamental, bem como o fortalecimento e o apoio entre estudantes e coletivos. Também é necessário dar visibilidade aos canais disponíveis para realizar a denúncia em casos de discriminação e efetivar a denúncia.

Compartilhe suas ideias ou dúvidas com os autores!

Sabia que o maior estímulo no desenvolvimento científico e cultural é a curiosidade? Deixe seus questionamentos ou sugestões para o autor!

Faça login para interagir

Tem uma dúvida ou sugestão? Compartilhe seu feedback com os autores!

Eixo Temático
  • Eixo 11 - Educação e Formação em Saúde Coletiva