DESORDEM DO ESPAÇO URBANO E O CONSUMO DE ÁLCOOL ENTRE ADOLESCENTES

Vol 2, 2022 - 161041
Relato de Pesquisa
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Resumo

Atualmente, mais pessoas vivem em áreas urbanas do que em áreas rurais, um resultado da intensa urbanização que, muitas vezes, tem ocorrido sem o adequado planejamento. Neste contexto, surge a desordem urbana como determinante da saúde, sendo importante o entendimento sobre seus aspectos físicos e os possíveis impactos na população, especialmente na qualidade de vida de adolescentes.

Objetivos

O estudo objetivou investigar a associação entre a desordem do espaço urbano e o consumo de álcool entre adolescentes brasileiros.

Metodologia

O estudo seguiu um desenho transversal, com base nos dados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, realizado no período de 2013 e 2014. A amostra incluiu 2.384 adolescentes residentes nas capitais Fortaleza, Porto Alegre e Rio de Janeiro, com dados georreferenciados. O desfecho foi definido pelo consumo de bebidas alcoólicas e a variável de exposição, desordem do espaço urbano, foi mensurada a partir dos dados das características urbanísticas no entorno dos domicílios obtidos do Censo 2010. Foram calculadas razões de prevalência e intervalos de 95% de confiança por meio de modelos de regressão de Poisson com variância robusta, ajustados por fatores de confusão.

Resultados

Os resultados demonstraram associações entre adolescentes que vivem em locais com calçada [RP = 1,24 (IC 95% = 1,02 - 1,50)], bueiro [RP = 1,36 (IC 95% = 1,01 - 1,84)], rampa [RP = 0,79 (IC 95% = 0,62 - 0,99)] ou esgoto [RP = 0,8 (IC 95% = 0,66 - 0,97)] e o consumo de álcool. De maneira surpreendente, os achados sugerem que características desejáveis no entorno dos domicílios dos adolescentes podem estar associadas de maneira direta ou inversa ao desfecho, enquanto que características não desejáveis podem contribuir como fatores de proteção para o consumo de álcool entre adolescentes brasileiros.

Conclusões/Considerações

O consumo de álcool entre adolescentes demanda atenção no cenário da saúde pública e o investimento em estudos que visem o conhecimento sobre fatores contextuais, e suas possíveis relações com o consumo, podem ser uma importante estratégia para a compreensão ampliada do cenário atual de saúde de adolescentes em ambientes urbanos.

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