ASPECTOS DE COMPORTAMENTO NA PANDEMIA DE COVID-19 ATRAVÉS DE DADOS DE MORBIMORTALIDADE NO BAIRRO GARCIA/SALVADOR, BAHIA

Vol 2, 2022 - 160230
Relato de Pesquisa
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Resumo

Na pandemia de COVID-19, o número de casos e mortes no Brasil tiveram relação com a precária mobilização dos entes públicos e permitiram análises da desigualdade. No bairro Garcia, em Salvador, foi possível perceber, através da análise de morbimortalidade, a desigualdade racial. Esses dados e discussões permitem o direcionamento do ente público para cada grupo seguindo a equidade prevista no SUS.

Objetivos

O objetivo é analisar a maior letalidade entre brancos residentes do bairro Garcia/Salvador quando comparados a pretos e pardos, a partir de dados epidemiológicos obtidos ao longo da pandemia de COVID-19.

Metodologia

Foram utilizados dados cedidos pelo CIEVS de Salvador, com dados relativos aos casos confirmados de COVID-19 do bairro Garcia com origem no E-Sus VE, no SIVEP Gripe e no GAL. Foram levadas em consideração as fichas de notificação SG e SRAG, disponíveis no Guia de Vigilância da COVID e os dados do Censo 2010. A base de dados foi gerada em 26 de janeiro de 2022 e considerou os casos desde 2020. O cruzamento dos dados foi feito por meio do Google Planilhas. Para estimar a taxa de mortalidade, o cálculo foi realizado através da razão entre o número de óbitos e a população do bairro; a taxa de letalidade da doença foi obtida através da razão entre o número de óbitos e o número de doentes.

Resultados

Segundo o Observatório de Bairros de Salvador, o Garcia é um bairro com renda média de R$3.123,00 e uma população escolarizada e predominantemente parda. São 6.404 pardos, 3.923 pretos, 3.563 brancos e 196 amarelos. A mortalidade e a letalidade foram calculadas por cor, sendo nos pretos de 17,84 e 3,11, nos pardos de 39,04 e 4,05, nos amarelos de 51,02 e 1,63 e nos brancos de 25,26 e 6,52, respectivamente. Com esses dados, foi avaliado o número de casos em cada faixa etária considerando a cor e não foram encontradas discrepâncias, apesar da taxa de letalidade nos brancos ser consideravelmente maior que nas demais cores, nos acima de 50 anos.

Conclusões/Considerações

Índices de morbimortalidade associados a informações demográficas do bairro permitem realizar análise de comportamento dos residentes. Nos brancos, a mortalidade está dentro da esperada, mas a letalidade é alta, o que indica que há uma busca por testes de farmácia, com consequente menor realização de testes em unidades de saúde. Isso gera subnotificação e promove um número menor de contaminados ocasionando uma elevada letalidade.

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  • Eixo 05 - A pandemia de COVID-19 e seus legados