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Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: Shantala é uma terapia baseada em massagens no corpo do bebê realizada pelos pais ou cuidadores, promovendo o alongamento dos membros, ativando a circulação sanguínea, favorecendo o equilíbrio físico e emocional, proporcionando a confiança, a cooperação, resultando em inúmeros benefícios para o bebê e reforçando ainda mais o vínculo afetivo entre pais e filho. Esta terapia foi implantada na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - PNPIC em 2017 pela portaria GM/MS nº 849/2017 e contempla práticas que ampliam as abordagens de cuidado e as possibilidades terapêuticas para os usuários, garantindo maior integralidade e resolutividade da atenção à saúde, sendo composta por 19 práticas: Antroposofia Aplicada à Saúde (Medicina Antroposófica), Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Homeopatia, Medicina Tradicional Chinesa (MTC), Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa (TCI), Termalismo Social/Crenoterapia e Yoga. A PNPIC contempla sistemas de saúde complexos e recursos terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa (MT/MCA). Estes sistemas e recursos, tem como objetivos estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Pela PNPIC as equipes de Atenção Básica, entre elas a Estratégia de Saúde da Família (ESF), os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), as Equipes de Consultório na Rua, de Saúde Prisional, as Equipes de Saúde Ribeirinhas e Fluviais, podem realizar ações em Práticas Integrativas e Complementares - PICS na perspectiva do cuidado integral à população de seu território, uma vez que estas equipes possuem, em sua essência, o compartilhamento de saberes multidisciplinares, cuja transversalidade e longitudinalidade do cuidado estão pautadas na oferta do cuidado próximo da vida das pessoas, em seu contexto familiar e social, garantindo um cuidado continuado, humanizado e integral. DESCRIÇÃO: Trata-se de um relato de experiência baseado na vivencia da prática da terapia Shantala aplicada pela fisioterapeuta do NASF e enfermeira da ESF da Unidade Básica de Saúde - UBS, Francisco de Castro Veloso, em crianças menores de um ano, residentes no bairro Amando Lima no município de Valença do Piauí/PI. A atividade era sempre realizada em uma sala organizada previamente para a atividade com tapete apropriado, música instrumental e pouca iluminação. Inicialmente as profissionais ensinavam a técnica às mães, relatava seus benefícios, posteriormente demonstrava em uma criança e depois cada mãe aplicava em seu filho com a supervisão das profissionais. PERÍODO DE REALIZAÇÃO: A atividade foi realizada durante os meses de janeiro a dezembro de 2017, sempre após as consultas de puericultura mensais. OBJETIVO: Relatar a vivência da aplicação da terapia Shantala em crianças menores de um ano em uma Unidade Básica de Saúde. RESULTADOS: No decorrer do ano pode-se perceber melhorias na saúde das crianças do bairro. Antes de iniciar a atividade era solicitado que alguma mãe, que já tivesse participado anteriormente da prática e que estava aplicando a técnica em casa, relatasse se havia notado mudança quanto à saúde do filho. As mães relatavam que após aplicação da Shantala de forma rotineira nos seus filhos eles apresentaram um alívio nas cólicas, melhora no sono, no desenvolvimento, entre outros. Quanto à equipe de saúde a percepção foi de maior interação e fortalecimento do vínculo mãe-filho e mães/equipe de saúde. APRENDIZADO: Esta atividade proporcionou uma troca de saberes entre os envolvidos; as mães aprenderam a técnica e os seus benefícios, perceberam melhorias na saúde dos filhos e no relacionamento entre ambos; e as profissionais aprimoram o conhecimento da técnica com a prática e o ensino, constataram como as Práticas Integrativas e Complementares podem ajudar na prevenção e promoção da saúde. ANÁLISE CRÍTICA: As Práticas Integrativas e Complementares no SUS contribuem para a ampliação das ofertas de cuidados em saúde, para a racionalização das ações de saúde, estimulando alternativas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sustentável de comunidades; na perspectiva da prevenção de agravos, da promoção e recuperação da saúde, com ênfase no cuidado continuado, humanizado e integral em saúde. Com a introdução da Shantala como prática rotineira na UBS, houve predomínio de resultados satisfatórios percebidos pelas mães e pelos profissionais e isto instigou o desejo de implantar outras práticas contempladas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.

Eixo Temático
  • GT 23 - Práticas Integrativas e Complementares (PICs), Educação Popular e Promoção da Saúde na construção compartilhada do bem viver.