OFICINA PEDAGÓGICA: EMPODERAMENTO DOS TRABALHADORES DE UMA UNIDADE DE SAÚDE FAMÍLIA EM EDUCAÇÃO PERMANENTE NA AMAZÔNIA LEGAL

Vol 1, 2019 - 122326
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Resumo

A Educação Permanente (EP) atravessa as práticas realizadas na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e do Sistema Único de Saúde (SUS) intervindo na organização, na qualidade, e na produção dos saberes em saúde, no qual, todos os envolvidos são protagonistas dos processos políticos, de aprendizagem, de saúde e ético. Apesar da relevância da EP as equipes da ESF não a dominam, e poucos estudos foram realizados na Amazônia ocidental. O objetivo desta pesquisa foi empoderar os trabalhadores de uma unidade de Saúde da Família a respeito da EP, diferenciando-a de educação continuada; identificando a sua importância nos processos de trabalho, consequentemente na qualidade do cuidado em saúde; além de obter subsídios para implementar e disseminar a EP na ABS. Para alcançar o objetivo da pesquisa realizamos um estudo de caso com abordagem de pesquisa-ação e metodologia qualitativa, comparativa. Foi ministrada oficina de trabalho com o tema: “Diferença entre Educação Permanente e Educação Continuada (EC), e a importância da EP para a ESF, utilizando se à metodologia pedagógica da problematização. O público alvo foram os trabalhadores de uma ESF, localizada no município de Alto Paraíso, estado de Rondônia. Participaram da oficina sete ACSs e uma enfermeira (como facilitadora). A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas individuais semiestruturadas pré e pós oficinas gravadas e transcritas, e pelo acompanhamento do material produzido pela equipe, no período de 01 de setembro de 2017 a 07 de março de 2019. A análise de dados foi por meio de análise de conteúdo segundo Bardin (1977). Também a fim de obter uma mensuração aproximada da evolução dos conceitos pelos atores do estudo utilizamos uma adaptação do quadro construído por Mendes Lima & Moreira (2015) a respeito das principais características da EP, baseada nos trabalhos de Machado & Wanderley (2012), e de Peduzzi (2009). Criamos uma escala linear em que o marco “-14” é o total desconhecimento a respeito do assunto. A cada sentido que se aproxima das características do EP descrita no quadro de características da EP, nós atribuímos + 1, cada característica citada pelos participantes do estudo que não condiz com o preconizado pelos estudiosos do tema consideramos como uma “distorção” atribuímos o valor numérico “ -1”, e toda não citadas pelos participantes atribuímos neutralidade com o valor “0” Esta escala variou de -14 a +14. Depois calculamos a diferença do valor final (pós-oficina) pelo inicial (pré-oficina). A pesquisa foi de submetido ao CEP do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical/CEPEM com CAEE: 58943116.8.0000.0011, e realizada no período 27 de março de 2017 a 10 de dezembro do presente ano. Como resultados na análise de conteúdo obtivemos as seguintes categorias: De EP aprendizado formal e inútil X aprendizado no trabalho pelo questionamento que transforma a realidade; De EP transmissão do saber = EC X processo de aprendizagem no trabalho programado ou não, multi e interdisciplinar; De EP = Estagnação profissional X processo ininterrupto de aprendizagem no trabalho pela permuta do saber; De EP = educação em saúde preventiva X processo conjunto, dialógico de aprendizagem pautado na problematização da realidade para a sua transformação, com participação social; De desconhecimento X planejamento, objetivo e trabalho conjunto cotidianamente promovendo melhoria do cuidado e do SUS. E na análise quantitativa dos dados tivemos as seguintes evoluções: de - 6 para 6 evolução de 12 graus; de - 4 para 8 evolução de 12; de -2 para 6 evolução de 8; de -2 para 10 evolução12; de -14 para 6 evolução 20; de -3 para 4 evolução 7; e de -1 para 3 evolução 4. Diante destes resultado consideramos que a oficina de EP realizada no território de atuação da equipe de ESF mostrou-se capaz de empoderar os trabalhadores do conceito da EP e da sua importância para transformação da realidade, através do questionamento contextualizado do status quo, a construção coletiva do saber e o planejamento de objetivos coletivos, possibilitando assim qualificação do cuidado em saúde e do SUS no território de atuação da equipe. Porém não podemos deixar de destacar alguns fatores que no decorrer da pesquisa mostram-se capazes de influenciar o processo de educação permanente, consequentemente transformação da realidade, tais como: a) o vínculo da(o) enfermeira(o), que residia na área de abrangência, com a equipe e a comunidade; b) o engajamento deste profissional com o projeto. O que possibilitou vencer barreiras como: a falta de um espaço adequado para reunião de equipe e de apoio logístico, as inúmeras trocas de gerente municipal de saúde, e coordenador da Atenção Básica; a sobre carga de trabalho pelo grande número de micro áreas e áreas descobertas.

Eixo Temático
  • GT 02 - Pesquisa Qualitativa em Saúde no Norte do Brasil: uma abordagem de pesquisa promotora de equidade