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Um dos grandes desafios da bovinocultura de corte no Brasil é aproximar a realidade do campo às condições ideais de produção, visando otimizar a produção e a qualidade da carne. Um dos objetivos mais visados é a redução da idade de abate, mas uma parcela significativa da bovinocultura de corte brasileira é praticada em regime extensivo, em pastagens de baixa produtividade, onde os animais raramente conseguem atingir precocemente um desenvolvimento suficiente de massas musculares e de acabamento de gordura, não sendo raro encontrar produtores que mantém a prática de segurar os animais até quatro ou cinco anos de idade. Os animais mais pesados entram no período de estiagem com maior quantidade de gordura acumulada, mantendo uma condição corporal melhor até o final da época seca, quando, em geral, o preço do boi está em alta, pela escassez de oferta. O objetivo deste trabalho foi avaliar as características de composição e rendimento de carcaça e a qualidade da carne de bovinos Nelore, criados em regime extensivo, em região de cerrado, com peso de abate de 550 a 660 kg, buscando demonstrar a tendência de evolução dessas características em função do aumento do peso de abate e, com isso, gerar informações que auxiliem produtores e frigoríficos nos processos de negociação dessa categoria de animais. A composição e o rendimento das carcaças não sofreu influência do peso de abate. Mas as carcaças mais pesadas apresentaram maior porcentagem de aparas gordas e magras, e teor de gordura mais elevado na carne. A textura não diferiu com o peso de abate, quando medida instrumentalmente, mas, na análise sensorial, a carne proveniente de carcaças mais pesadas teve maior aceitabilidade e foi considerada mais macia pelos consumidores.