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Avaliou-se o efeito da implantação de boas práticas agropecuárias em rebanhos leiteiros mestiços sobre a qualidade do leite ao longo de cinco anos de estudo. Para tal, foram utilizados dados provenientes de propriedades produtoras de leite dos municípios de Janaúba, Porteirinha, Serranópolis de Minas, São João da Lagoa e Jaíba, localizadas no norte de Minas Gerais. O período de coleta de dados foi de janeiro de 2008 a dezembro de 2012. As amostras de leite cru foram coletadas para avaliações de contagem de células somáticas e contagem bacteriana total. Foram também realizados testes de California Mastitis Test (CMT). Questionários sobre o manejo de ordenha foram aplicados a fim de se conhecer as medidas de controle e prevenção de mastite existentes nas propriedades. Análises descritivas de todas as variáveis (CCS, CBT e CMT) por propriedade, ano, estação e mês foram feitas. Análise de correspondência múltipla para estabelecimento de associação entre as variáveis climáticas, de rebanho, de boas práticas de manejo e as características de qualidade do leite foram realizadas. Os fatores de risco para determinação da probabilidade das amostras de leite provenientes das classes de contagem de células somáticas (CCS) >400.000 células/mL e contagem bacteriana total (CBT) >100.000 UFC/mL, as quais implicavam em penalidade no preço do leite, foram determinados por meio de regressão logística considerando as medidas de boas práticas de manejo adotadas como variáveis explicativas. A chance de CCS ser >400.000 células/mL é 16,42 vezes maior quando não há adoção da linha de ordenha. O risco de CBT ser maior que 100.000 UFC/ mL foi de 12,59 vezes maior quando não se secava tetos com papel toalha. As práticas adotadas durante o ano todo foram eficientes para manter os parâmetros de qualidade do leite estáveis mesmo em épocas de maior precipitação pluviométrica. Deve-se adotar práticas como, linha de ordenha, higienização do ambiente de circulação de animais e utilização de material