Associção entre Ansiedade, Obesidade e estado pró-inflamátório na Síndrome metabólica
Dentre as doenças não transmissíveis, a obesidade ganhou proporções mundiais, tornando-se uma pandemia. Mais de 2 bilhões de pessoas no mundo estão obesas ou acima do peso. A obesidade afeta de forma profunda a qualidade de vida dos indivíduos (1). Somado às implicações metabólicas da obesidade, recai o estigma da doença, com consequências adversas na saúde mental, no comportamento e até mesmo na fisiologia desses indivíduos. Estudos mostraram que os níveis séricos de cortisol aumentaram quando pessoas obesas foram submetidas a situações estigmatizantes (2). Os estudos apontam que indivíduos com sobrepeso e obesidade relatam maior ansiedade, menor autoestima, maior hostilidade e depressão do que pessoas com peso normal (3). Dentre os distúrbios de humor, a ansiedade possui forte associação com estados pró-inflamatórios, independente do IMC, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, por elevar substâncias como a proteína C reativa na circulação, que por sua vez está relacionada com infarto no miocárdio e acidente vascular cerebral (4). Na síndrome metabólica, a inflamação persistente é responsável pela progressão de quadros como a diabetes tipo 2, enquanto as elevadas concentrações da proteína C (PCR) reativa, que está presente na maioria dos indivíduos obesos, contribui para o aumento do risco de doenças cardiovasculares (5,6). Estudos epidemiológicos demonstram que atividade física regular previne sintomas de ansiedade (7).