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VARIAÇÃO NA CONTAMINAÇÃO POR MICOTOXINAS E POTENCIAL DE TROCA GENÉTICA NO COMPLEXO DE ESPÉCIES Fusarium graminearum EM DIFERENTES ECOSSISTEMAS
Letícia Aliberti Galego Alves da Silva
Faculdade de Engenharia de Alimentos / Universidade Estadual de Campinas
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Crie um tópicoO complexo de espécies Fusarium graminearum/CEFG é o principal responsável pela produção de tricotecenos do tipo B e zearalenona, micotoxinas importantes sob o ponto de vista econômico e toxicológico. A produção de micotoxinas depende da atividade de enzimas codificadas por genes dispostos em cluster e com expressão coordenada. TRI5 é responsável formação do primeiro composto da via dos tricotecenos, enquanto ZEB1 é o responsável pela conversão final da zearalenona. Estudos anteriores demonstraram potencial transferência horizontal de genes/THG entre micro-organismos provenientes de agroecossistemas e ecossistemas nativos, sendo o último capaz de ancorar micro-organismos sem ocasionar danos aparentes à planta. O objetivo deste trabalho foi analisar o potencial de troca genética de TRI5 e ZEB1 entre fungos do CEFG de cevada de agroecossistemas e nativa do Brasil e comparar o perfil de contaminação por micotoxinas nos grãos. Diferenças nas topologias geradas pelos genes de expressão constitutiva (RPB1+RPB2) versus TRI5 e ZEB1 foram avaliadas, além do potencial de pressão seletiva no dataset e perfil de desoxinivalenol/DON, nivalenol/NIV e zeralenona/ZEN dos grãos por LC-MS. A filogenia obtida por RPB1+RPB2 foi incongruente à de TRI5, indicando transferência horizontal entre as linhagens dos dois ecossistemas (p<0,05). Por outro lado, não houve evidência de transferência horizontal de ZEB1 (p>0,05) e pressão seletiva nos dois genes estudados. Comparando o perfil de contaminação por micotoxinas nos grãos, observou-se que os níveis médios no agroecossistema foram 690, 600 e 48 µg/kg para DON, NIV e ZEN, respectivamente. Em grãos provenientes de ecossistema natural, os níveis foram 22,4, 29,5 e 3 µg/kg (entre o LOD e LOQ) para DON, NIV e ZEN, respectivamente, sendo estes significativamente inferiores aos do agroecossistema. Apesar da cevada nativa ancorar fungos do CEFG estes produziram baixos níveis de DON, NIV e ZEN, indicando potencial resistência da cevada nativa frente ao CEFG e acúmulo de suas micotoxinas.
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