Myrciaria é um gênero pertencente à família Myrtaceae, sendo bem conhecido devido ao grande potencial tecnológico de suas espécies nativas e seus frutos. Os frutos de jabuticaba fornecem um alto rendimento de polpa, que tem um sabor agradável e contém várias substâncias com propriedades antioxidantes. Diversos estudos caracterizaram compostos funcionais nesta fruta tais como vitaminas hidrossolúveis, compostos fenólicos, antocianinas, entre outros. Além da ação funcional desta fruta, bem explorada na literatura, também está relatado a presença de compostos bioativos na casca, que tem uso popular, na forma de chá, combatendo diarreia crônica e irritação na pele. Poucos estudos mencionam a composição química das folhas da jabuticaba e a caracterização destas se justifica na farmacologia visando propriedades nutracêuticas. O objetivo deste trabalho foi identificar compostos fenólicos na folha de Jabuticaba (Myrciaria sp) por UPLC-MS. As folhas foram coletadas na região de Mauá, no Estado do Rio de Janeiro, em Março de 2016. Após sanitização, a amostra foi seca a 40 ºC, em estufa ventilada, por 16 horas, triturada e armazenada em sachê metalizado em temperatura ambiente. A extração dos compostos fenólicos foi feita com os solventes: etanol 40% (v/v), metanol 80% (v/v) e butanol 100%. Os extratos foram concentrados em speed vac (ThermoFisher) e mantidos sob congelamento (freezer -20ºC). A identificação dos compostos fenólicos foi feita por UPLC-QTOF-MS (Waters). Foram identificados 36 compostos, distribuídos nas classes: flavonoides (29), ácidos fenólicos (5) e outros compostos fenólicos (2), sendo os mais abundantes isoquercetrina, galocatequina, ácido elágico, epigalocatequina e quercetina-3-O-xilosideo, respectivamente. Observa-se que as folhas apresentam compostos bioativos antioxidantes, com maior presença de flavonoides, e assim como na casca, a mesma pode ser aproveitada tanto na forma de chá, suplemento ou na indústria de alimentos para enriquecimento e desenvolvimento de novos produtos.