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Sensibilidade e especificidade do Sistema Manchester de Classificação de Risco na priorização de pacientes com síndrome coronariana aguda: revisão sistemática

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Introdução: O Sistema Manchester de Classificação de Risco foi criado no Reino Unido no ano de 1994 e tem como principal objetivo definir a prioridade clínica para atendimento médico de pacientes nos serviços de emergência. A avaliação de pacientes com suspeita de síndrome coronariana aguda realizada por meio do Sistema Manchester exige adequada sensibilidade e especificidade do sistema ao determinar a prioridade para atendimento médico. Objetivos: O objetivo deste estudo foi integrar as melhores evidências disponíveis quanto a sensibilidade e especificidade do Sistema Manchester na classificação de pacientes com relação ao diagnóstico de síndrome coronariana aguda. Método: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura segundo metodologia de revisões de acurácia de testes diagnósticos do Joanna Briggs Institute. O acrônimo PIRD (P: paciente; I: teste index; R: teste referência; D: diagnóstico) foi utilizado para desenvolver a pergunta de revisão. A busca incluiu 13 bases de dados e portais de pesquisa. Estudos disponíveis em qualquer idioma e produzidos após o ano de criação do Sistema Manchester (1994) foram incluídos na revisão. Os estudos foram avaliados de forma independente por dois revisores para determinação da qualidade metodológica. Resultados: Foram incluídos na revisão sistemática seis estudos com total de 54.176 participantes, todos de qualidade metodológica moderada, que apontaram valores de sensibilidade entre 70% e 80%. Dois estudos que apresentaram os dados necessários para o cálculo de especificidade, tiveram valores calculados de 59% e 97%. A heterogeneidade dos critérios de inclusão apresentados pelos estudos determinou diferenças significativas nos resultados das pesquisas. Conclusão: a recomendação para uso do Sistema Manchester na avaliação de pacientes no serviço de urgência em relação ao diagnóstico de síndrome coronariana aguda foi de grau B segundo graus de recomendação estabelecidos pelo Joanna Briggs Institute, o que remete a uma recomendação "fraca" para uma determinada estratégia de gestão da saúde. Essa conclusão decorre sobretudo da heterogeneidade dos critérios de inclusão e portanto das amostras dos estudos incluídos. Os resultados do estudo evidenciam a necessidade de se discutir formas de melhorar a sensibilidade desse sistema para a adequada priorização de pacientes com dor torácica.