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CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A MIGRAÇÃO DO DISPOSITIVO.

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O Cateter central com inserção periférica (PICC) é um dispositivo vascular de inserção periférica com localização central, podendo ter lúmen único ou mais, com material de silicone ou poliuretano radiopaco, ter ponta aberta ou fechada. A passagem do dispositivo pode ser realizada por enfermeiros ou médicos capacitados e guiado por USG como boa prática. A extremidade do PICC deve estar localizada no terço médio da veia cava superior, posição confirmada com radiografia antes de seu uso. O deslocamento ou posicionamento inadequado da extremidade do cateter pode ocasionar extravasamento e lesões graves ao paciente dependendo da terapia realizada, na oncologia a maior parte dos antineoplásicos possuem classificação de irritantes ou vesicantes. Esse relato tem como objetivo descrever o caso de um paciente em tratamento com quimioterapia vesicante cujo cateter de PICC foi deslocado para veia jugular esquerda após o quarto ciclo de quimioterapia. Paciente B.B.A, 34 anos, do sexo masculino com diagnóstico de neoplasia cerebelar, inicia no dia dois de janeiro de 2017 o protocolo de quimioterapia proposto pelo médico que consistia em cinco ciclos de vincristina 1,5mg/m² semanalmente (quimioterápico classificado como vesicante), concomitante com 20 sessões de radioterapia. Nesse mesmo dia o cateter foi inserido em veia basílica localizada em membro superior esquerdo, pela enfermeira habilitada do ambulatório de quimioterapia do Hospital BP Mirante. Nos quatro primeiros ciclos de tratamento o PICC apresentou-se pérvio com resultado positivo aos testes de fluxo e refluxo sanguíneo realizados antes de cada infusão. No quinto ciclo (data), o dispositivo apresentou fluxo, porém o teste de refluxo foi negativo. Paciente não referiu queixas ao infundir soro fisiológico e cateter não apresentava alterações no local de inserção. Foi solicitado raio-x de tórax para confirmação da localização da extremidade distal do cateter (conduta local). Através do exame foi possível verificar que o PICC havia migrado e apresentava extremidade distal localizada em veia jugular. Foi tracionado 11 centímetros do cateter e realizado novo raio-x. PICC com nova localização em veia subclávia esquerda. Dessa forma, foi mantido uma localização periférica do dispositivo, e a forma de administração do quimioterápico por ser vesicante, foi revertida para o protocolo institucional de administração de quimioterápicos vesicantes em veia periférica (realizado exclusivamente pelo enfermeiro do Centro de Oncologia habilitado). Paciente terminou o tratamento e teve o dispositivo retirado sem qualquer dano ou lesão. A migração do cateter pode acontecer por movimentação vigorosa da extremidade, alterações de pressão intratorácica ou fixação inadequada, dessa forma torna-se importante o treinamento dos profissionais que manipulam esse dispositivo, para assegurar o manejo adequado e evitar qualquer dano ou lesão ao paciente, como o extravasamento de antineoplásico.