59072

ASSOCIAÇÃO ENTRE FREQUÊNCIA CARDÍACA, PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA, DIASTÓLICA E MÉDIA COM A DISFUNÇÃO ORGÂNICA E GRAVIDADE À ADMISSÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Favoritar este trabalho

Introdução: Pacientes admitidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) possuem uma demanda de cuidados específicos e de alta complexidade, principalmente em relação à gravidade em que se encontram. O uso de índices de gravidade se torna útil na avaliação do estado clínico do paciente, da eficiência da terapêutica instituída e ainda, na avaliação do desempenho das UTI no sentido de melhor utilização de recursos a serem aplicados. Os sinais vitais, além de compor os índices de gravidade e mortalidade, são parâmetros simples de avaliação e se constituem nos primeiros indicadores clínicos a serem avaliados à admissão em UTI. Entretanto, não se encontra atualmente na literatura qual a relação entre os sinais vitais no momento da admissão com a disfunção orgânica e gravidade do paciente. Objetivo: Identificar se existe associação da Frequência Cardíaca (FC), Pressão Arterial Sistólica (PAs), Diastólica (PAd) e Média (PAm) com a disfunção orgânica e a gravidade à admissão em UTI, apontando qual a contribuição do preditor identificado no aumento da disfunção orgânica e da gravidade admissional. Método: Estudo secundário cujos dados foram coletados em bases de dados pertencentes ao estudo primário “Caracterização clínica de adultos e idosos em UTI”. Foram analisados 890 prontuários pertencentes à casuística do estudo primário realizado em 9 UTI de um hospital universitário de grande porte na cidade de São Paulo, no ano de 2012. Dos registros, foram extraídos os dados FC, PAs, PAd e PAm aferidos de modo não invasivo na admissão, a disfunção orgânica (Logistic Organ Dysfunction System – LODS), e gravidade admissional (Simplified Acute Physiology Score II - SAPS II).Os dados foram analisados por meio de regressão linear. Resultados: Para cada batimento cardíaco a mais, a pontuação do LODS aumenta em 0,018 pontos (IC 95% 0,005-0,031; p<0,007; R2 0,015). Não foi encontrada associação entre a alteração de PAs (p = 0,481), PAd (p = 859) e PAm (p=0,420) com a disfunção orgânica. Do mesmo modo, para cada batimento cardíaco a mais, a pontuação do SAPS II aumenta em 0,067 pontos (IC 95% 0,017-0,117; p<0,008; R2 = 0,012). Não foi encontrada associação entre a alteração de PAs (p = 0,398), PAd (p = 948) e PAM (p=0,839) com a gravidade. Conclusão: Dentre os sinais vitais analisados, a FC foi o único preditor de disfunção orgânica e gravidade. O modelo composto pela combinação dos quatro indicadores explica apenas 1,5% da disfunção orgânica e 1,2% da gravidade, sendo necessário investigar outros fatores interferentes para melhor compreensão de sua associação. Implicações para prática clínica: A compreensão dos fatores associados as condições do paciente no momento de admissão em Unidades de Terapia Intensiva é essencial para embasar as intervenções de enfermagem.
Descritores: Admissão do paciente; Sinais vitais; Valor preditivo dos testes; Unidade de terapia intensiva.
Eixo Temático: Prática baseado em evidência na Saúde do Adulto.