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Variação morfológica em natimortos de Cheloniidae (Testudines) na praia de Guriri, São Mateus, ES, Brasil
Monique Póvoa
Universidade Federal de Viçosa
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Crie um tópicoVariações na morfologia e número dos escudos epidérmicos do casco dos Testudines são razoavelmente comuns, o que pode acarretar na identificação incorreta de espécimes. Levando isso em conta, utilizamos a morfometria geométrica dos escudos da cabeça a fim de quantificar diferenças entre espécimes, que já haviam sido previamente identificados com base no número de escudos do casco e plastrão. Natimortos de Cheloniidae foram coletados em aproximadamente 39 Km de praia, no Balneário Guriri (ES), totalizando 215 indivíduos, coletados em 35 ninhos diferentes. Destes, 144 espécimes (70% da amostra tombada) apresentaram variação no número de escudos inframarginais, cuja contagem é utilizada para auxiliar a identificação da espécie. A partir da análise do número de escudos do casco (inframarginais e laterais), foram encontrados oito morfótipos diferentes. Dentre eles, três são morfótipos típicos das espécies com maior número de desovas na região, Caretta caretta (n=55) e Lepidochelys olivacea (n=12), além de três indivíduos com morfologia típica de Eretimochelys imbricata. Os outros cinco morfótipos encontrados foram previamente identificados como indivíduos de C. caretta, porém, também apresentam caracteres diagnósticos outras espécies e/ou assimetrias, e foram tratados como “anômalos”. A variação da forma da cabeça foi quantificada por meio de morfometria geométrica (distância de Procrustes). Os resultados da análise quantitativa da forma dos escudos do topo da cabeça apontam maior similaridade dos cinco morfótipos anômalos à espécie C. caretta, confirmando que provavelmente correspondem à variações morfotípicas desta espécie. Entre os cinco morfótipos anômalos, três apresentam dissimilaridades mais pronunciadas em relação às três espécies supracitadas. Levando em conta que há uma elevada taxa de hibridização em populações que nidificam na costa brasileira sugerimos que indivíduos destes três morfótipos anômalos possam ser fruto do cruzamento entre C. caretta com L. olivacea ou com E. imbricata.
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