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Estudo comparativo da morfologia ventricular em teleósteos das ordens Characiformes e Siluriformes (Teleostei: Otophysi)
Mario Vitor Buzete Gardinal
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Campus Botucatu
Agora você poderia compartilhar comigo suas dúvidas, observações e parabenizações
Crie um tópicoO ventrículo do coração de teleósteos é um componente anatômico que apresenta grande variação morfológica entre as espécies, com destaque para a anatomia externa, mioarquitetura e vascularização. Estas características permitem classificar o ventrículo em quatro (I – IV) tipos principais e permitem, até certo nível, inferir implicações funcionais e evolutivas. Entretanto, apesar da região Neotropical possuir a maior diversidade taxonômica e funcional em peixes de água doce, pouco se sabe sobre a morfologia e evolução do ventrículo nessas espécies. Assim, nosso objetivo foi descrever e comparar a morfologia ventricular em espécies de diferentes famílias das ordens Characiformes e Siluriformes. Foram utilizados corações de 10 espécies de Characiformes e seis espécies de Siluriformes pertencentes a diferentes famílias. Foram realizados estudos anatômicos e histológicos, com auxílio de diversas colorações. Todos os exemplares de Characiformes observados apresentaram um ventrículo piramidal associado a um miocárdio misto e vascularização restrita a camada compacta, típico de espécies ativas, podendo ser classificado como tipo II. Por outro lado, em Siluriformes se observou maior variabilidade morfológica. As espécies apresentaram ventrículo predominantemente sacular ou tubular, com mioarquitetura variando entre inteiramente trabeculada e mista, com vasos coronários ausentes, restritos ao epicárdio ou restritos a camada compacta. Essas características permitem inferir que para Characiformes, a evolução deste grupo possivelmente ocorreu prioritariamente em ambientes lóticos, com migrações sazonais para reprodução. Em Siluriformes, a variabilidade morfológica poderia estar associada a uma maior diversificação dos formatos corpóreos e hábitos de vida ao longo da evolução.
George Mattox
Prezado Mario, gostei bastante do seu trabalho. Parabéns !
Cordialmente,
George
Maria Inês Braga de Oliveira Oliveira
Muito interessante essa abordagem e já fiquei pensando nessa pesquisa aqui com nossos peixes amazônicos. A minha pergunta é se essa variação anatômica externa do coração também é observada internamente ao dissecar o ventrículo e se seria interessante, nesse nível macroscópico, a tomada de medidas para quantificação. Parabéns pelo trabalho!
Maria Inês Braga de Oliveira
Mario Vitor Buzete Gardinal
Olá Maria, obrigado pelo seu interesse em nossa pesquisa.
Sem dúvida os peixes amazônicos tem muito a oferecer para um estudo de morfologia comparada do ventrículo. Inclusive, tive o prazer de descrever o coração do pirarucu (Arapaima gigas) durante o meu mestrado, onde encontrei uma nova forma de organização do musculo cardíaco no ventrículo que ainda não havia sido descrita (https://doi.org/10.1111/joa.12919). A nível macroscópico, as variações mais comuns de se observar são em relação a anatomia externa das câmaras e a vascularização superficial. Internamente, é possível discernir entre os dois diferentes tipos de organização do miocárdio, porém para melhor detalhamento do arranjo muscular, técnicas de histologia e/ou microscopia eletrônica de varredura são recomendadas. Realizar medições também pode ser muito interessante dependendo dos objetivos. Alguns estudos mensuram externamente comprimento, largura e grau de angulação dos ápices do ventrículo e internamente, a proporção do miocárdio formado por camada compacta (quando presente). Espero ter contribuído para a sua dúvida. Fico a disposição para demais esclarecimentos.
Mario V.
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Mario Vitor Buzete Gardinal
Olá George, muito obrigado pelo seu interesse em nosso estudo.
Agradeço pelo comentário, Mario.