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Dissociação nas taxas de especiação e evolução morfológica em tartarugas (Testudinata)
Gabriel de Souza Ferreira
Senckenberg Centre for Human Evolution and Palaeoenvironment at the Eberhard Karls Universität Tübingen
Agora você poderia compartilhar comigo suas dúvidas, observações e parabenizações
Crie um tópicoDevido à presença do casco, acredita-se que as tartarugas atuais são animais de morfologia altamente conservada. Contudo, tal reputação não condiz com a diversidade ecológica exibida pelo grupo, encontrado em ambientes marinhos, terrestres e de água doce, com adaptações morfológicas associadas a tais ambientes, principalmente em regiões menos restritas pelo casco, como membros, pescoço e cabeça. De fato, a evolução de pescoços mais longos durante o Jurássico (201-145 m.a.) possivelmente esteve associada ao surgimento de modos de vida mais diversos e à irradiação dos principais grupos de Testudinata. Com o intuito de explorar a congruência entre os padrões macroevolutivos de diversidade e disparidade no grupo, calculamos taxas de especiação e extinção a partir de uma super-árvore informal com 775 táxons, e também estimamos disparidade morfológica ao longo do tempo a partir de matrizes de caracteres discretos. Algumas mudanças significativas foram detectadas nas taxas de diversificação durante o Jurássico, mas a maioria ocorreu durante o Neógeno, nas irradiações dos principais clados de Cryptodira. As taxas de especiação/extinção só aumentaram/diminuíram durante o Neógeno, mantendo-se constantes durante todo o Mesozóico. Por outro lado, ocorre um aumento da disparidade morfológica durante o Jurássico Médio, que se mantém quase constante desde então. Esta expansão na disparidade parece ter sido principalmente ditada por alterações na morfologia do esqueleto apendicular e vertebral, enquanto a disparidade na carapaça aumenta apenas no Neógeno. Estes resultados sugerem uma possível relação entre a evolução dos membros e pescoço e a maior ocupação de habitats no grupo, que, no entanto, não estaria associada a uma maior diversificação do mesmo.
ALEXANDRE LIPARINI
Ei Gabriel e cia.! Super parabéns pelo trabalho. Lindo demais de se ver.
Fiquei imaginando se com essa diversidade de fundo, mas ampla, atingida até o Cretáceo poderia ter "estabelecido essa gama de variação", mas a uma taxa de fundo, como apresentou e depois da extinção a informação genética já estava lá (nos sobreviventes) e permitiu essa nova reocupação dos espaços e dessa grande diversidade, mas de uma forma mais rápida no início do Cenozoico.
Me desculpe se ficou confuso, mas não consegui formular melhor, no momento. hehe. Trouxe essa indagação mais para levantar a discussão, pois nem a formulei exatamente uma pergunta. Geneticamente imagino que não teria como acessar essa informação, mas seria possível verificar se essa alta diversificação no Cenozoico ocorreu em sobreviventes de linhagens mais específica do Cretáceo, que tbm já eram mais diversificadas no Cretáceo?
Grande abraço!
Diogo B. Provete
Olá Gabriel,
muito legal o trabalho, parabéns! Fiquei pensando uma coisa, como o BAMM estima tip-level rates, vc pensou em relacionar diretamente as taxas de diversificação do BAMM com as taxas de diversificação fenotípica?
Aliás, muito legal a abordagem do morphospace through time, as figuras foram feitas no Claddis?
Gabriel de Souza Ferreira
Oi Diogo, muito obrigado! Sim, nós vamos também comparar as taxas de diversificação com as taxas de evolução de caracteres a partir das matrizes morfológicas. O trabalho tá ainda num estágio embrionário, temos bastante coisa pra testar e explorar nessas linhas.
Sobre os gráficos de morfoespaço, eles foram gerados cada um no Claddis, mas a inclinação, que dá essa impressão bonitinha, foi feita no Illustrator mesmo hahaah
Abraços!
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Gabriel de Souza Ferreira
Fala Alexandre, obrigado pelo comentário! Eu acho que entendi a pergunta sim, você quer dizer algo no sentido de se a reocupação dos nichos pós-extinção seria consequência de uma "pré-disposição" a desenvolver certos morfótipos que teria evoluído durante o Mesozoico e, como já estava lá após a extinção, só se realizou a partir das bases já disponíveis, certo? Como você disse, eu não sei se há alguma forma de testar isso com dados moleculares, acredito que seja difícil, mas se olharmos para as linhagens que mais se diversificam pós-extinção elas não são as mesmas que eram diversas antes. São linhagens mais novas, substituindo as antes diversas, por isso imaginamos que seria uma substituição de espaços morfológicos/funcionais e não uma "reevolução" das mesmas linhagens. Será que respondi o que você perguntou? Abraços!