Anais do I Simpósio Brasileiro de Morfologia Comparada de Vertebrados

Trabalhos de embriologia descritiva apresentam principalmente mudanças sequenciais anatômicas externas. Nesse contexto, foram coletados 180 embriões em Balbina/AM, fixados em solução de Bouin e Karnovsky para análise macroscópica e microscopia eletrônica de varredura, respectivamente, e utilizados para descrever o desenvolvimento embrionário de Podocnemis expansa, tartaruga- da-amazônia. O período de incubação foi de 58 a 64 dias (30,3º C). As principais estruturas utilizadas para descrição do desenvolvimento foram: olho, processo mandibular, membros, carapaça e plastrão. O inicío da formação do olho ocorreu pelo surgimento da vesícula óptica (estádio 4) e no estágio 9 a vesícula da lente estava presente. Papilas esclerais e a fissura coróide também foram identificadas no olho. O processo mandibular se originou do primeiro arco mandibular e o início da formação foi identificado quando o processo mandibular atingiu o nível posterior do olho (estágio 11), e a formação final ocorreu quando a mandíbula atingiu o ponto de oclusão com a maxila (estágio 19). O desenvolvimento dos membros seguiu a seguinte sequência: membros em forma de remo (estágio 12), placas digitais e presença da crista ectodérmica apical (estágio 13), sulcos digitais (estágio 16), dígitos (estágio 18) e garras (estágio 19). A carapaça iniciou-se como um sulco na lateral do corpo (estágio 13) e no estágio 17 estava formada por completo, enquanto que o primeiro indício do plastrão foi no estágio 15. Diante da descrição do desenvolvimento embrionário foi proposto 26 estádios para P. expansa. O conhecimento do desenvolvimento embrionário é importante para a escolha de estratégias de manejo de ninhos de quelônios, reduzindo os efeitos negativos sobre ovos e embriões sujeitos à interferência humana e natural.