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Anomalias ósseas em Tropidurus torquatus (Wied, 1820) e sua relação com o aumento da temperatura
Gabriel Dillenburg
Universidade de Brasília
Agora você poderia compartilhar comigo suas dúvidas, observações e parabenizações
Crie um tópicoO aquecimento global é um dos maiores efeitos das mudanças climáticas. Muitos estudos focam nos efeitos em indivíduos adultos, porém pouco se sabe sobre os efeitos do aquecimento no desenvolvimento das espécies, evento extremamente regulado, que está sujeito a vários fatores intrínsecos e extrínsecos. Variações nestes parâmetros podem levar à morte do organismo em desenvolvimento ou alterar seu fenótipo. Em alguns casos, surgem anomalias do desenvolvimento, alterações morfológicas ou funcionais de estruturas inatas do animal. Animais ovíparos, como muitos lagartos, estão sujeitos às variações do ambiente de maneira mais direta, logo o surgimento de anomalias pode ter relação com estes parâmetros. Tropidurus torquatus, uma espécie de lagartos com ampla distribuição no Cerrado, possui prole numerosa e ontogenia descrita, o que a torna ideal para estudos de embriologia. Temos por objetivo quantificar e descrever os tipos de anomalias em T. torquatus, em diferentes temperaturas de incubação dos ovos. Fêmeas grávidas foram capturadas e mantidas em terrários até o momento da desova. Os ovos foram aleatoriamente colocados em um dos cinco tratamentos: (Controle) temperatura constante de 30ºC, (A) temperatura ambiente; (B) temperatura constante de 32,5ºC, (C) de 32,5ºC com pico 39ºC por duas horas, (D) temperatura constante de 35ºC. Os ovos que não eclodiram foram fixados em formol e os embriões dissecados. Ao todo, obtivemos 150 ovos, sendo destes 113 fertilizados. As taxas de embriões com anomalias variaram desde 20,83% até 44,44%, nos tratamentos B e D, respectivamente, enquanto as taxas de mortalidade variaram de 24,24% a 100% nos tratamentos A e D, respectivamente, sendo que os tratamentos de maior temperatura influenciaram significativamente na mortalidade.
Nathália Siqueira Veríssimo Louzada
Muito interessante o seu estudo, parabéns!
Quais seriam as taxas naturais de anomalias descritas previamente em Tropidurus e qual seria a porcentagem estimada de aumento dessas anomalias observada no seu estudo?
Nathalia Rossigalli Alves Costa
Oi Gabriel, parabéns pelo trabalho!
Eu também trabalho com Tropidurus e achei que seus resultados super complementam as discussões que eu tenho feito na minha pesquisa, fiquei muito contente por ver mais uma pessoa decifrando esse mundo do efeito da temperatura na morfologia. Queria te perguntar o que você considerou como anomalias leves, moderadas e severas.
Sua fotos ficaram ótimas também. Quando você publicar, pode me avisar por favor? Meu e-mail é [email protected].
Abraços!
Gabriel Dillenburg
Obrigado pelo elogio!
Eu utilizei os estudos e classificação de Bell et al., 2016, que classificou de acordo com o 'risco' que a anomalia apresentava para o individuo relativo à sua sobrevivência. Leves seriam aquelas que pouco ou nada influenciariam a sobrevivência do individuo, moderada seria aquela que afeta de maneira significativa o desempenho do individuo, mas não fosse incompatível com a vida, e severas àquelas que são incompatíveis com a vida, ou que significariam a morte do organismo na natureza.
Enviarei sim!
Grazyelle S. da Silva Silva
Parabéns pelo trabalho Daniel Dillenburg e equipe!
A minha dúvida é sobre a escolha das temperaturas utilizadas no experimento. Como você escolheu essas temperaturas? Você usou algum outro trabalho prévio ou as temperaturas propostas pelo IPCC?
Obrigada
Gabriel Dillenburg
Olá Grazyelle! Obrigado!
Utilizamos como base os cenários do IPCC, porém não tenho a referência nesse momento. Poderia me passar seu email para poder informar com mais certeza?
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Gabriel Dillenburg
Olá!
Obrigado!
Pelo meu levantamento, os registros para Tropidurus são de 0,5%, enquanto as que encontrei estão na casa dos 20%~25% para tratamentos com temperaturas semelhantes as naturais para os ninhos da espécie, e acima de 10% nos demais tratamentos.