Anales del I Congreso Latinoamericano de Ciencias Sensoriales y del Consumidor

Introdução: O café, bebida aromática obtida por infusão de grãos de café torrados e moídos, apresenta elevado destaque no Brasil. Dados de 2019 apontam o Brasil como o maior produtor e exportador mundial de café, além de segundo país que mais consome a bebida no mundo. Dentre os tipos da bebida têm-se os cafés especiais, apresentando qualidade superior e aspectos sensoriais desejáveis. O café gelado, produto de alto consumo em países europeus e EUA, ainda é pouco explorado por cafeterias brasileiras destinadas a elaboração e comercialização de cafés especiais. Objetivo: Analisar fatores que influenciam o consumo e oferta de café gelado no mercado brasileiro. Metodologia: Realizou-se a técnica de grupo de foco, em sessão única, com 6 consumidores de cafés especiais e com experiência na área de cafés, selecionados por conveniência ou voluntariado. Foram abordados temas sobre o café gelado no mercado brasileiro e expectativas futuras sobre o produto. Resultados: O café gelado apresentou-se como um produto com elevada rejeição pelos consumidores brasileiros, principalmente na possibilidade do consumo ser realizado em substituição ao café quente, comumente consumido no Brasil. A principal dificuldade da popularização do café gelado no Brasil, apontada pelos participantes, é a competição com o café quente tradicional brasileiro. Além disso, a baixa oferta do café gelado pode estar relacionada ao forte aspecto cultural do café brasileiro. Em relação ao preço, os entrevistados acreditam que o café gelado pode ser vendido mais caro que o café tradicional, principalmente pelo processamento demorado e uso de cafés especiais em seu preparo, uma vez que o público alvo deste produto apresenta maiores exigências no consumo. Como expectativa futura no mercado brasileiro de café gelado, os entrevistados visualizam a possibilidade de exploração nas tendências de sensorialidade, qualidade e saudabilidade do produto. Conclusão: O café gelado não se apresentou como produto de potencial exploração em cafeterias brasileiras. O fator cultural foi apontado como o principal aspecto de possível rejeição do café gelado pela população, principalmente quando colocado como substituto ao tradicional café quente consumido no Brasil. Para valorização do produto, estratégias de marketing em tendências de sensorialidade e qualidade podem ser eficientes.