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Pigmentos de microalgas apresentam características estruturais únicas responsáveis pelo potencial bioativo destes compostos1. Dentre os pigmentos extraídos de microalgas, pode-se destacar a clorofila, que apresenta habilidade de sequestrar radicais, inibindo o processo de oxidação2 . Diante da demanda por compostos que apresentam potencial antioxidante, buscam-se alternativas de fontes naturais destes pigmentos3. Em face disso, o trabalho teve como objetivo identificar e quantificar a fração clorofilada, bem como avaliar a capacidade antioxidante da biomassa. A biomassa foi cultivada em meio heterotrófico, em reator de coluna de bolhas operando em regime de batelada utilizando BG11 como meio de cultura. A fração clorofilada foi extraída com acetona, seguido de centrifugação durante 10min á 20000rpm. O sobrenadante da amostra foi filtrado e transferido para éter de petróleo/éter etílico [1:1(V/V)]. A purificação do extrato de clorofila foi obtida por cromatografia em coluna aberta com posterior concentração em evaporador rotativo (T<30°C) e armazenado em atmosfera saturada de nitrogênio até o momento das análises. As clorofilas foram analisadas utilizando cromatografia líquida de alta eficiência HPLC (Shimadzu, Kyoto, Japão) equipada com detector de fotoarranjo de diodos (PDA, modelo SPD-M20A). A separação dos pigmentos foi feita em coluna C18 (NST, 5µm, 150, 4,4mm) com parâmetros de análise utilizados segundo Sartory (1985). A identificação foi realizada em função da ordem de eluição na coluna C18 de HPLC, co-cromatografia com padrões, e comparação das características de espectro UV-visível com dados da literatura4,5. A determinação do potencial antioxidante do extrato de clorofila da biomassa de Phormidium autumnale foi obtido utilizando o método de sequestro de radicais peroxil em meio lipofílico (Rodrigues et al., 2012)6. Na fração clorofila obtida da biomassa foram separados 2 picos e identificados como Clorofila b (pico 1) e clorofila a (pico 2). O pico 1 apresentou espectro UV-vis característico (460 e 647nm) correspondente a clorofila b, o pico 2 foi identificado como clorofila a, com espectro de UV-Vis apresentando máx. em 425 e 660nm, ambos os espectros foram similares aos descritos na literatura4. A identificação foi confirmada com co-cromatografia com padrões identificos. A quantificação dos picos de clorofila b e a na biomassa correspondeu a 700±0,01 e 2.700±0,01 µg.g-1 respectivamente. No que se refere a determinação do potencial antioxidante dos pigmentos clorofilados da biomassa, a escolha do método lipofílico se baseou na característica apolar das estruturas identificadas. O extrato de clorofila apresentou capacidade de sequestrar o radical peroxil de 84,9 0,7 vezes mais que o α-tocoferol. A partir dos resultados obtidos, verifica-se a possibilidade de produção de clorofila a e b a partir da biomassa de Phormidium autumunale como forma renovável para a obtenção de compostos bioativos .