Compostos fenólicos e flavonoides das folhas de Anemopaegma arvense

Anemopaegma arvense (Bignoniaceae), popularmente conhecida como catuaba é um subarbusto nativo e endêmico do Cerrado brasileiro. Na medicina popular o chá e alcoolatura das raízes são utilizados como revigorante e estimulante para o organismo em geral1. Estudos com essa espécie demonstraram atividade antiproliferativa para algumas linhagens tumorais2. Compostos como taninos, saponinas, cumarinas, quinonas, triterpenos, ácidos oleanólico e betulínico já foram identificados nas folhas e raízes da catuaba3. Visando ampliar os estudos com a espécie, o objetivo do trabalho foi quantificar o teor de compostos fenólicos, flavonoides e identificar o composto majoritário do extrato hidroalcóolico das folhas de A. arvense. As folhas de A. arvense, após serem coletadas, foram desidratadas em estufa com circulação de ar a 45 ºC durante 72 h, moídas e maceradas com etanol 80% por 21 dias, sendo o líquido extrator coletado a cada sete dias. O extrato bruto foi filtrado e concentrado em rotaevaporador a 55 ºC, com posterior liofilização. A quantificação dos compostos fenólicos foi realizada utilizando o reagente de Folin-Ciocalteau com padrão de ácido gálico4. O teor de flavonoides totais foi determinado de acordo com o método colorimétrico de cloreto de alumínio (AlCl3), com padrão quercetina5. A identificação do composto majoritário do extrato de A. arvense foi realizada por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector por arranjos de diodo. A identificação do composto foi determinada com o flavonoide rutina, por comparação com um padrão autêntico. O teor dos compostos fenólicos encontrado no extrato das folhas foi de 196,93 mg equivalente de ácido gálico para cada grama de extrato e o teor para flavonoides foi 51,04 mg equivalente de quercetina para cada grama de extrato. O perfil cromatográfico identificou a rutina como composto majoritário do extrato de A. arvense. Em conjunto, nossos resultados abrem perspectivas para novos estudos farmacológicos, principalmente, devido à presença da rutina como constituinte majoritário.