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AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DE POLISSACARÍDEOS (GALACTOMANANA E PECTINA) EXTRAÍDOS DA Caesalpinia ferrea (JUCÁ) E DOS EXTRATOS (HEXÂNICO E ETANÓLICO) DO Plectranthus ornatos (BOLDO-RASTEIRO) EM NEUTRÓFILOS HUMANOS.

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As pectinas desempenham funções relacionadas à sinalização e defesa contra patógenos. Já as Galactomananas apresentam interesse comercial como agente espessante para sistemas aquosos. Caesalpinia férrea é utilizada tradicionalmente no tratamento de diabetes e doenças inflamatórias. Plectranthus ornatos é utilizada no tratamento de problemas estomacais e hepáticos. Testes preliminares demonstraram que o diterpeno ácido 11R*-acetoxicolavênico, isolado do extrato hexânico, e o extrato hidroetanólico bruto, ambos das folhas de P. ornatos, apresentaram atividade antinociceptiva. O objetivo deste trabalho foi avaliar a citotoxicidade da galactomanana e pectina de C. férrea, e dos extratos hexânico e etanólico do P. ornatos através da atividade da enzima Lactato Desidrogenase (LDH) e do teste do brometo 3[4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5-difeniltetrazólio (MTT) em neutrófilos humanos. Polimorfonucleares, isolados pelo método de Lucisano e Mantovani (2,5x106 células/mL), foram incubados com os extratos hexânico e etanólico de P. ornatos, em concentrações de 10, 50 e 100 μg/mL, HBSS (controle negativo), Triton x100 (controle positivo, 0,2% v/v) ou veículo (DMSO 100%, v/v) para avaliar o efeito citotóxico mensurado pela enzima LDH, baseada no decréscimo da absorbância em 340nm. No teste do MTT, neutrófilos (5x106 células/mL) foram incubados na presença da galactomanana e pectina de C. ferrea, extrato hexânico e etanólico de P. ornatos, em concentrações de 10, 50 e 100 μg/mL, HBSS, Triton x 100 (0,2 %) ou veículo (controle: água ou DMSO 100%, v/v). Após centrifugação, o sobrenadante foi descartado e uma nova solução incubada (150μL) contendo 10% de MTT, reincubando por 3 horas. A leitura é realizada a 540nm. No ensaio da atividade da LDH, foi observado que o extrato hexânico (100, 50 e 10 µg/mL) não apresentou aumento da atividade da LDH (155,9 ± 8,874 %, 117,2 ± 16,46 %, 107,1 ± 12,00 %, respectivamente) em comparação ao controle (DMSO puro: 100 ± 5,152 %), bem como o Extrato etanólico (100,50,10 µg/mL) (149,8 ± 14,30 %, 87,9 ± 8,416 %, 84,65 ± 11,77 %, respectivamente) em comparação ao controle (DMSO puro: 100 ± 3,300 %). No ensaio de MTT, foi observado que a incubação de neutrófilos com Extrato hexânico (100, 50 e 10 µg/mL) não apresentou diminuição da viabilidade celular (82,05 ± 1,331 %, 98,12 ± 2,312 %, 107,4 ± 2,457 %, respectivamente) em comparação ao controle (DMSO puro: 108,4 ± 2,889 %), bem como o extrato etanólico (100,50,10µg/mL) (103,6 ± 1,574 %, 106,9 ± 1,606 %, 106,0 ± 2,824 %, respectivamente). A galactomanana de C. férrea (100,50,10µg/mL) não promoveu redução da viabilidade celular (97,93 ± 2,538 %, 102,1 ± 2,16 %, 99,76 ± 1,844 %, respectivamente) em comparação ao controle (Água: 96,19 ± 3,098 %), bem como a Pectina Jucá (100,50,10µg/mL) (117,9 ± 4,250 %, 122,6 ± 3,421 %, 126,4 ± 3,950 %, respectivamente) em comparação ao controle (Água: 109,5 ± 4,107 %). Os resultados mostraram que os compostos nas concentrações testadas não promoveram aumento da atividade da LDH, não interferindo na integridade da membrana, ou no metabolismo da célula através do teste do MTT. Estudos complementares serão necessários para avaliação da atividade farmacológica dos compostos analisados neste trabalho.