O ACESSO AS ATIVIDADES DE ESTIMULAÇÃO PRECOCE DE CRIANÇAS COM MICROCEFALIA DO DISTRITO FEDERAL

Vol 1, 2018 - 99753
Oral
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Resumo

Apresentação/Introdução
O Brasil, desde 2015, encontra-se em estado de alerta em razão do aumento dos casos de infecção por Zika. Após confirmação da relação entre o Zika vírus e os casos e microcefalia pelo Ministério da Saúde, houve a necessidade de se intensificar o acompanhamento desses casos. Diante disso, a atenção básica alinhado à Estratégia Saúde da Família (ESF) passa a ter um papel fundamental nesse contexto.


Objetivos
Avaliar o acesso de crianças com microcefalia a rede de saúde pública do Distrito Federal. Identificar a unidade básica de saúde mais próxima à residência das crianças e a distância entre a residência e o local de realização da estimulação precoce.


Metodologia
Coleta dos dados a partir da ficha de acompanhamento das crianças com microcefalia, no período de 2015 a 2017 de crianças residentes do Distrito Federal. A partir de dados disponibilizados pela SES-DF, aprovado por comitê de ética. A segunda etapa foi espacializar as áreas abrangência das unidades básicas de saúde do DF e cruzar com os casos de microcefalia, com técnicas de geoprocessamento. Para mensurar se os serviços de saúde do DF contemplavam as necessidades de atendimento das crianças com microcefalia foi realizado o cálculo das distancias entre os locais de residência das crianças e os respectivos locais de estimulação precoce. Para tal, utilizou-se o OpenStreetMap.


Resultados
A rede de serviço de saúde pública do DF é organizada de forma regionalizada, dividida em 7 regiões de saúde, com a atenção primária ordenada pela ESF. A cobertura total da atenção pela ESF no DF é de 30,7%. De 2015 a 2017 foram registrados 7 casos de crianças com microcefalia com relação confirmada com Zika vírus, identificados em diversas Regiões Administrativas do DF. Dos casos mapeados de crianças com microcefalia que realizam estimulação precoce, prevalece a necessidade de percorrer longas distâncias, não contendo nenhum caso em que a estimulação é realizada em uma unidade básica de saúde próxima à residência. Em sua maioria, as estimulações ocorrem em unidades de maior complexidade.


Conclusões/Considerações
No DF, ainda que a rede de saúde conte com serviços de atenção básica em todas regiões de saúde, a iniquidade de acesso prevalece, concentrando serviços como a da estimulação precoce em áreas mais centrais. No que se trata do programa da ESF, chamou ainda mais atenção à insuficiência da cobertura nas regiões de saúde. Desse modo, a organização da rede de saúde revela-se, ainda, insuficiente para atender à demanda causada pela infecção por zika.

Instituições
  • 1 UnB
Eixo Temático
  • Organização da Atenção da Saúde: Modelos, Redes e Regionalização da Saúde