Anais do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Anais do 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

Apresentação/Introdução
Apesar dos esforços em se organizar uma rede de atenção que garanta o acesso dos usuários, existe o absenteísmo. Na atenção secundária à saúde a baixa oferta de consultas dificulta o acesso, colaborando para o aumento do tempo de espera e longas filas. O impacto do absenteísmo apresenta-se relevante, pois a demanda para novos agendamentos é ilimitada e mecanismos reguladores ineficientes.



Objetivos
O objetivo é compreender as causas do absenteísmo em consultas médicas e exames especializados ofertados pelo SUS na Região Metropolitana de Saúde do estado do Espírito Santo, Brasil.


Metodologia
Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, por meio de entrevistas em profundidade com uma amostra composta por 40 usuários residentes em um dos vinte municípios que compõem a Região Metropolitana de Saúde do Espírito Santo e que foram agendados (20 faltosos e 20 não faltosos) em consultas e/ou exames especializados no período de janeiro a julho de 2015. As entrevistas individuais foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra. O conteúdo foi analisado, segundo a Análise de Conteúdo temática proposta por Bardin.


Resultados
Verificou-se que os fatores relacionados ao absenteísmo às consultas médicas e exames especializados estiveram relacionados principalmente à organização da oferta. A análise do material, permitiu identificar que o principal motivo atribuído pelos usuários para as faltas foi o prolongado tempo de espera entre o agendamento e a data efetiva para consulta, levando, muitas vezes, o usuário a buscar outros meios para resolver seu problema, como serviços de saúde públicos de urgência ou mesmo serviços de saúde particulares. Outros motivos citados foram a dificuldade para agendamento de exames e retorno à consulta, além da dificuldade financeira para se deslocarem até o local.


Conclusões/Considerações
Conclui-se que o tempo de espera para as consultas especializadas é o maior fator para o agravo do absenteísmo, necessitando de mecanismos reguladores mais efetivos. Deve existir, portanto, planejamento mais eficiente por parte dos gestores no sistema de agendamento e melhor organização dos serviços de acordo com as necessidades do usuário.