CÁRIE E FLUORETAÇÃO DAS ÁGUAS EM DOIS MUNICÍPIOS BRASILEIROS COM BAIXA PREVALÊNCIA DA DOENÇA, NA SEGUNDA DÉCADA DO SÉCULO XXI

Vol 1, 2018 - 98626
Oral
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Resumo

Apresentação/Introdução
Não há dados que demonstrem, no contexto brasileiro das primeiras décadas do século XXI, que a fluoretação das águas de abastecimento público agrega benefício preventivo com relação à cárie dentária, em pequenos municípios, aos proporcionados pelo uso generalizado dos dentifrícios fluoretados.


Objetivos
Analisar o grau do benefício preventivo da exposição à água fluoretada em relação à cárie dentária e sua distribuição segundo grupamentos dentais, em contexto de uso generalizado de creme dental fluoretado, no Brasil.


Metodologia
Realizados dois inquéritos epidemiológicos censitários simultâneos em populações diferenciadas pela exposição ou não, há pelo menos 5 anos, à água fluoretada. A magnitude e experiência da cárie foram avaliadas utilizando-se os índices ceod (aos 5 e 6 anos de idade; N=233), CPOD (aos 11 e 12 anos; N=312) e SiC (aos 11 e 12 anos; N=105) e associação testada pelas estatísticas qui-quadrado de Pearson e razão de prevalência (RP) entre não expostos (NE) e expostos (E) à água fluoretada. A partir do ceod, CPOD e SiC foram obtidas as razões de magnitude entre os grupamentos dentários posteriores e anteriores-estéticos (RM-PA), em ambas as dentições, segundo exposição ou não à água fluoretada.


Resultados
Dentição Decídua- As médias ceod foram de 2,74 em expostos e 4,17 em não expostos. Indivíduos com ceod=0 foi de 43,0% em expostos de 31,0% em não expostos. As razões de magnitude para dentição decídua (RM-PAd) foram de 4,4 em expostos e 5,0 em não expostos. Dentição Permanente- As médias CPOD foram de 1,76 em expostos e 2,60 em não expostos. Indivíduos com CPOD=0 foi de 41,8% em expostos e 34,3% em não expostos. As razões de magnitude na população total (RM-PAp) foram de 16,0 em expostos e 5,5, em não expostos. O valor médio do SiC foi de 4,04 em expostos e 6,16 em não expostos, enquanto as razões de magnitude (RM-PA-SiC) foram 21,4 e 5,9, respectivamente.


Conclusões/Considerações
A exposição à água fluoretada implicou menores valores médios dos índices ceod, CPOD, SiC e menores experiência e magnitude da cárie nos grupamentos dentários anteriores-estéticos. Em cenário de baixa prevalência da doença e padrão similar de distribuição de cárie nas populações analisadas, mesmo com exposição universal diária a dentifrício fluoretado, a fluoretação das águas segue produzindo efeitos epidemiológicos relevantes.

Instituições
  • 1 Faculdade de Saude Publica da USP
Eixo Temático
  • Saúde Bucal Coletiva