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Apresentação/Introdução
O Brasil ainda tem a maior carga de HIV da América Latina. Para diminuir os "gaps" entre os que fazem teste para HIV, sua prevenção e tratamento, é preciso aumentar os esforços no sentido de alcançarmos as pessoas que ainda não têm um diagnóstico em relação ao HIV. O autoteste para HIV (HIVST) apresenta potencial para aumentar o acesso ao teste de HIV e incluir pessoas que nunca o fizeram.
Objetivos
Em 2017, o HIVST teve sua distribuição autorizada no Brasil. Nós exploramos a aceitabilidade e as preferências em relação ao HIVST entre jovens (16 a 24 anos de idade) em três capitais brasileiras (Brasília, Curitiba e Porto Alegre).
Metodologia
Foram realizados sete grupos focais, envolvendo 66 participantes. Os grupos focais eram compostos por basicamente duas categorias: (1) mulheres e homens jovens que se auto identificavam como heterossexuais e (2) homens jovens que têm sexo com outros homens -
HSH (que se auto identificavam como homossexuais, bissexuais, mulheres transexuais ou travestis). Os participantes foram convidados em escolas públicas de Ensino Médio, uma universidade pública e uma ONG LGBT. Os grupos tiveram duração média de 1,5 horas, foram gravados e conduzidos/registrados por duas pesquisadoras cada.
Resultados
Apesar de iniciados sexualmente, a maioria nunca fez teste HIV. A aceitabilidade do HIVST foi alta: se tivessem acesso, fariam, gostariam de saber sua sorologia. Preferem o HIVST pela privacidade, facilidade de uso e rapidez (comparado ao teste tradicional). Sentiriam vergonha de pedir um teste para HIV em um serviço, onde não se sentem bem-vindos. Jovens HSH relatam discriminação em serviços de saúde. A farmácia seria o melhor local para acessar o HIVST. Depois de fazer o HIVST em casa, não querem ser contatados por serviços – preferem um aplicativo, um telefone 0800 e YouTube com informações pós-teste. Eles sabem muito pouco sobre HIV e sobre infecções sexualmente transmissíveis (IST).
Conclusões/Considerações
O não acolhimento resulta em jovens que não procuram serviços e que não querem a busca ativa por parte destes. O desconhecimento se traduz em jovens iniciados sexualmente que nunca fizeram o teste para HIV. Políticas públicas precisam aumentar o conhecimento sobre HIV e IST, nos campos da saúde e da educação. Campanhas publicitárias são necessárias para divulgar os serviços existentes para testagem, prevenção e tratamento.
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