Anais do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Anais do 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

Apresentação/Introdução
Uma importante ferramenta de avaliação em saúde está no Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), que tem o objetivo de buscar o incentivo contínuo da melhora dos indicadores de gestão, processos de trabalho e metas da equipe de saúde básica, além de gerar dados de interesse epidemiológico por meio da avaliação externa, umas das etapas do programa.


Objetivos
Analisar os processos de trabalho do cirurgião-dentista na atenção primária, tendo em vista os processos de promoção, prevenção e diagnóstico de câncer bucal no Estado do Pará.


Metodologia
Este é um estudo descritivo transversal, utilizando-se de dados de origem secundária gerados na avaliação externa do PMAQ-AB – Segundo Ciclo. Os dados foram coletados de todo o Brasil, e foram selecionados somente equipes em que os dentistas participaram da avaliação externa do PMAQ no Estado do Pará, sendo avaliadas as respostas do Módulo VI. Os questionários avaliados (N= 391) referiam-se à execução de biópsias, registro de casos na região e execução de ações de prevenção e detecção de câncer de boca. Os dados foram então tabulados e submetidos à análise descritiva (software IBM-SPSS) para obtenção das frequências absolutas e relativas das variáveis.


Resultados
Observou-se uma baixa porcentagem de execução de biópsias, representadas por apenas 9,7% dos dentistas respondentes ao questionário. Os maiores motivos alegados para a não-execução do procedimento são os imediatos encaminhamentos à atenção secundária (48,3%) e à falta de instrumental/material disponível (13,9%). Quanto aos registros, 16,4% mantém registro de casos suspeitos/confirmados de câncer de boca, enquanto 47,1% sequer conhecem se há algum caso no território. Os dados também mostram que 71,1% dos participantes realizam ações de prevenção e detecção do câncer de boca.


Conclusões/Considerações
Há insuficiência na resolubilidade de casos de estomatologia, prejudicando o atendimento integral do paciente que necessita do Sistema Único de Saúde. A baixa quantidade de registros pode prejudicar o vínculo e o tratamento continuado do paciente dentro do contexto da unidade básica de saúde, porém há um número satisfatório de participantes executando ações de prevenção e detecção do câncer.