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Apresentação/Introdução
A ocorrência de estigma e discriminação em pessoas infectadas pelo HIV é uma das mais significativas formas de violência e violação dos direitos humanos. Há evidências de associação entre discriminação e atraso no diagnóstico, dificuldade de acesso ao tratamento e não adesão ao tratamento antirretroviral, podendo levar ao óbito pelas complicações clínicas da infecção.
Objetivos
Descrever o perfil das mulheres vivendo com HIV que sofreram discriminação nos serviços de saúde.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, com cálculo amostral, com mulheres de 18 a 49 anos de idade, usuárias da rede pública de saúde do município de Porto Alegre. As mulheres assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As entrevistas foram conduzidas em tablets, em ambiente reservado, com a fim de garantir a confidencialidade. Os dados foram analisados no software SPSS. Comparações foram realizadas por teste de qui-quadrado, com nível de significância de 5%. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da UFRGS e instituições coparticipes.
Resultados
A amostra foi constituída por 691 mulheres, das quais 22,4% relatam ter sofrido discriminação nos serviços de saúde e 51,6% tinham entre 30 e 39 anos. Quanto à escolaridade, 39,9% das mulheres possuíam o ensino fundamental incompleto. Quando questionadas sobre se já haviam sofrido algum tipo de violência física ou sexual, 23,3% destas mulheres respondeu que havia sofrido algum tipo de violência, contrastando com o grupo que de mulheres que não sofreu discriminação, do qual 9,5% das mulheres afirmaram ter sofrido algum tipo de violência.
Conclusões/Considerações
A violência física ou sexual está associada à discriminação de nos serviços de saúde, o que pode estar relacionado com acesso limitado a recursos, já que muitas mulheres são dependentes economicamente dos parceiros. Faz-se fundamental preparo dos serviços para atentarem-se as questões que abrangem o contexto de vulnerabilidade destas mulheres, pois as questões de violência e discriminação vão impactar sobre a saúde sexual e reprodutiva.
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