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Apresentação/Introdução
Com a epidemia do Vírus Zika em 2015, as consequências a longo prazo da infecção por Vírus Zika para feto foram chamadas de Síndrome da Zika Congênita e um novo cenário para a saúde se estabeleceu. Diante disto, torna-se relevante conhecer como as gestantes infectadas pela Zika tem recebido o cuidado integral e que sob que vias as redes de saúde têm se efetivado.
Objetivos
O estudo teve como objetivo descrever a organização da rede de saúde que acompanha as gestantes e puérperas diagnosticadas com Síndrome da Zika Congênita no contexto da cidade de Vitória no Espírito Santo desde seu surgimento até a atualidade.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa de delineamento descritivo. O estudo parte da noção que uma rede de cuidado é constituída de vínculos agenciados por atores estratégicos que se interconectam articulando formas de cuidado. Dito isto, os participantes foram selecionados a partir da técnica de amostragem Bola de Neve, tendo como perfil desejado profissionais de saúde que realizam acompanhamento de gestantes ou puérperas diagnosticadas com Síndrome da Zika Congênita. Como instrumentos, a pesquisa contou com o uso de entrevistas semiestruturadas e os dados foram analisados sob a ótica da Análise de Conteúdo Temática.
Resultados
A pesquisa contou com nove profissionais de saúde sendo todas mulheres e maioria de formação médica. Os resultados apontam para a existência de uma rede de cuidados fragmentada pautada na lógica de encaminhamentos e baseada na atenção especializada. Profissionais da rede básica de saúde, da área da saúde da mulher e saúde mental não foram referenciados na rede. Devido ainda serem escassos os conhecimentos sobre o desenvolvimento clínico da Síndrome da Zika Congênita, encontram-se no cenário em saúde, profissionais de saúde sentindo-se impotentes e despreparados frente às demandas clínicas e psicossociais das usuárias.
Conclusões/Considerações
O cenário causado pela infecção por vírus Zika aponta para o problema do discurso de controle biologicista e evidencia sua insuficiência, é importante que o cuidado à saúde da mulher não seja negligenciado apenas ao cuidado materno infantil e não esteja apenas centrado em práticas biomédicas, mas também em ações de cunho psicológico e social.
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