MUDANÇA NA PERCEPÇÃO DO CONSUMO DE FRUTAS EM ADOLESCENTES PARTICIPANTES DE UM ENSAIO COMUNITÁRIO RANDOMIZADO EM DUQUE DE CAXIAS - RJ

Vol 1, 2018 - 100107
Comunicação Oral Curta
Favoritar este trabalho
Como citar esse trabalho?
Resumo

Apresentação/Introdução
A crença de que não há necessidade de mudança dos hábitos alimentares, decorrente da interpretação equivocada do próprio consumo é referida como uma barreira à adoção de uma alimentação saudável. Estratégias de saúde tornam-se ineficaz quando seu público alvo não acredita que a mensagem é destinada a eles, devido ao fato desses indivíduos não se identificarem como parte do grupo alvo.


Objetivos
Avaliar o efeito de uma intervenção nutricional na mudança de percepção do consumo de frutas em adolescentes e; Identificar fatores associados à percepção do consumo de frutas.


Metodologia
Ensaio comunitário randomizado controlado, conduzido em 2016 (n=2600 alunos). Dezoito escolas públicas de Duque de Caxias-RJ foram distribuídas aleatoriamente nos grupos: controle (9 escolas = 1248 alunos) e intervenção (9 escolas = 1352 alunos). A intervenção incluiu ações integradas de prevenção primária, na escola e secundária, no domicílio, para adolescentes com excesso de peso. Aplicou-se questionário de frequência alimentar para obtenção do consumo de frutas antes e após a intervenção; a percepção da ingestão de frutas, por meio da pergunta “Na sua opinião, a quantidade de frutas que você come é: excelente, muito boa, boa, ruim ou muito ruim?”


Resultados
59,4% e 56,5% dos alunos (grupos controle e intervenção, respectivamente), na linha de base consideraram seu consumo de frutas como sendo excelente/muito bom, dos quais 32,07% e 32,71% relataram consumir no máximo uma fruta/semana, respectivamente. Após a intervenção não houve mudança nesses percentuais. Observou-se ainda influência do sexo masculino (p=0,026), considerar a qualidade da alimentação como sendo excelente/muito boa (p=0,000), consumo menos frequente de refrigerantes (p=0,00) e biscoitos (p=0,000) e a participação menos frequente ou quase nunca dos pais/responsáveis durante o café da manhã (p=0,000) e jantar/lanche (p=0,000), na percepção errônea acerca do consumo de frutas.


Conclusões/Considerações
Não foi observado efeito da intervenção na mudança de percepção do consumo de frutas, indicando que uma parcela importante dos adolescentes não reconheceu que sua ingestão de frutas estava muito aquém do esperado, o que sugere, que para eles não há razão para alterar sua dieta. Os fatores associados sinalizaram que a percepção dos adolescentes pode estar relacionada ao gênero e ao contexto familiar de consumo e comportamentos alimentares.

Instituições
  • 1 UERJ
Eixo Temático
  • Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva