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Apresentação/Introdução
Em 2013, o Programa Mais Médicos (PMM) priorizou em sua seleção, profissionais com registro no Brasil, mas após várias chamadas, foi necessário um acordo de cooperação entre Brasil e Cuba, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde. Porém, a vinda de profissionais cubanos foi muito criticada, por serem considerados não aptos para exercer a medicina no país.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é conhecer a motivação dos médicos cooperados que vieram atuar na Atenção Básica no Brasil, em lugares com alta vulnerabilidade como o interior do Pará e analisar a sua formação acadêmica.
Metodologia
Foram utilizados dados primários do Projeto Multicêntrico “Avaliação da implementação do Projeto Mais Médicos para o Brasil: Análise da efetividade da iniciativa Mais Médicos na realização do direito universal à saúde e na consolidação das Redes de Serviços de Saúde”, coletados no estado do Pará; e dados secundários, como a busca de currículos de medicina de Cuba onde esses médicos se formaram. A partir desses dados, foi realizada a análise de conteúdo das entrevistas feitas com 16 médicos do PMM, em oito municípios do estado; e fez-se a comparação do currículo cubano com um currículo de medicina brasileiro (UFPA).
Resultados
As entrevistas demonstram que eles possuem um grande desejo de colaborar para a saúde do país, por isso trazem experiências tanto em Cuba, onde atuam na área da Atenção Primária, Medicina de Família e Comunitária, como em missões internacionais, por exemplo na Misión Barrio Adentro (Venezuela) e na Misión Milagro (Bolívia), devido a premissa internacionalista da formação cubana. Observou-se também que os currículos são muito similares, sendo que o cubano possui uma carga superior ao brasileiro, destacando-se disciplinas como Medicina Geral Integral (380h) e Medicina Interna (763h), além de possuir disciplinas específicas de Promoção (222h), Prevenção (192h) e Medicina Comunitária (144h).
Conclusões/Considerações
Os resultados demonstram que os médicos cooperados são aptos a atuar na Atenção Básica brasileira e já chegam com experiência internacional considerável. Com efeito, diversos estudos do PMM já demonstraram a eficiência desses agentes na transformação do quadro de saúde de muitos municípios. No estado do Pará, sua atuação tem mostrado aos gestores que é possível prover atenção médica de qualidade mesmo nas regiões de maior vulnerabilidade social.
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