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Apresentação/Introdução
O crescente e alarmante índice de indivíduos em situação de rua reflete a miséria social encontrada no país. Tal retrato é fruto da falta de Políticas Públicas que garantam a essa população quesitos para sobrevivência, dignidade e cidadania. A ausência estatal enraíza pré-conceitos, reduz o morador de rua a um sujeito sem diretos, vítima de sua incapacidade, à espera de caridade e humanização.
Objetivos
Verificar os impactos e implicações na saúde de moradores de rua de um município no sul de Minas Gerais.
Metodologia
Este estudo foi uma pesquisa quali e quantitativa de campo, observacional e prospectiva realizada na cidade de Poços de Caldas-MG com 78 indivíduos em situação de rua. Para tal, a análise qualitativa respeitou os métodos propostos por Bardin (pré-análise; exploração do material; tratamento, inferência e interpretação), enquanto a quantitativa processou os dados por meio do software Statitical Package for the Social Sciences. Após o esclarecimento sobre a pesquisa e obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, foram realizadas entrevistas semiestruturadas contendo perguntas que versaram sobre saúde, qualidade de vida, convívio familiar, abandono e outros fatores associados.
Resultados
Há um retrato de abandono biopsicossocial, com ênfase nos moradores de rua enquanto protagonistas de uma vida insalubre e do descaso de ações afirmativas na área da saúde. Precárias condições para o autocuidado, privações de sono e exposição ao sol e à chuva são pilares para Tuberculose, DSTs, Escabiose, Pneumonia e dificuldades respiratórias, principais enfermidades que afetam tal população. O problema da utilização de substâncias agressivas à fisiologia humana (álcool e substâncias ilícitas) é multifatorial e vai além da questão sociocultural, então, profissionais da área da saúde devem confrontar-se com a situação em que o morador de rua vive, e não simplesmente com a doença encontrada.
Conclusões/Considerações
O trabalho valorizou a saúde como direito humano e buscou sensibilizar profissionais acerca do direito que os moradores de rua têm à saúde. Há a necessidade de somar esforços para ampliar a visibilidade dessa atuação para o ambiente acadêmico em consonância com preceitos biopsicossociais, a fim de uma sinergia de ações de modo a configurar um espaço plural nas práticas de saúde.
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