INCONSISTENTE RELAÇÃO ENTRE CONSUMO DE DESJEJUM E TRAJETÓRIA DE ADIPOSIDADE: RESULTADOS DA COORTE ELANA

Vol 1, 2018 - 101348
Comunicação Oral Curta
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Resumo

Apresentação/Introdução
A obesidade é um reconhecido problema de saúde pública, não só entre adultos, mas entre adolescentes e crianças. Apesar da existência de estudos transversais acerca da relação entre desjejum e obesidade, as evidências longitudinais não são consistentes quanto ao seu papel e sobre o efeito da permanência deste comportamento por um período prolongado na trajetória de adiposidade na adolescência.


Objetivos
Investigar a influência da frequência de desjejum sobre as trajetórias do índice de massa corporal (IMC) e do percentual de gordura corporal (%GC) entre adolescentes do Estudo Longitudinal de Avaliação Nutricional de Adolescentes (ELANA).


Metodologia
O ELANA é uma coorte da região metropolitana do Rio de Janeiro. São 809 estudantes na linha de base (2010) e 3 ondas de seguimento. IMC obtido anualmente pelo peso e altura e %GC pela bioimpedância elétrica. Uma pergunta sobre frequência de desjejum na linha de base e onda 3 com 3 opções de resposta: ao menos 5 vezes por semana; 1 a 4 vezes por semana; nunca ou quase nunca. Persistência de desjejum entre linha de base e onda 3 dividida em: persistente regular (frequência ao menos 5 vezes por semana nas duas fases); persistente irregular (menos de 5 vezes por semana); de regular para irregular; de irregular para regular. Análises via modelos lineares de efeitos mistos com medidas repetidas.


Resultados
Não se observou relação entre desjejum e trajetória de IMC, porém pontuais achados significativos foram encontrados para a trajetória do %GC entre meninas. Aquelas com desjejum ao menos 5 vezes por semana na linha de base tiveram aumento mais acentuado do %GC em três anos do que aquelas com consumo entre 1 a 4 vezes por semana. Não houve diferença para o contraste entre consumir ou omitir o desjejum. Meninas que permaneciam com desjejum regular entre a linha de base e a onda 3 tinham aumento mais acentuado do %GC em três anos do que aquelas com consumo persistente e irregular.


Conclusões/Considerações
De maneira geral, nossos achados não apontam consumo mais frequente de desjejum como um fator de proteção para a adiposidade, com resultados diferentes segundo sexo e indicador de adiposidade. Esses achados são consonantes com alguns estudos experimentais de curta duração e em contraste com os transversais. Mais estudos com desenho longitudinal, especialmente experimentais de maior duração são necessários, a fim de melhor entender esse processo.

Instituições
  • 1 UERJ
  • 2 UFRJ
Eixo Temático
  • Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva