GESTANTES DE ALTO RISCO E O CUIDADO COMPARTILHADO NA DECISÃO DE VIA DO PARTO.

Vol 1, 2018 - 99329
Oral
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Resumo

Apresentação/Introdução
Em geral, Gestação de Alto Risco é acompanhada em serviço especializado mas preconiza-se que a gestante se mantenha vinculada à equipe de Atenção Básica. A cogestão do cuidado é uma finalidade das práticas em saúde e convoca os profissionais a apoiar os usuários para lidar com as próprias escolhas, interferindo no curso e na qualidade da vida.


Objetivos
Verificar e discutir aspectos relacionados a atenção pré-natal, destacando o componente do cuidado compartilhado em saúde. Caracterizar o perfil das gestantes de alto risco acompanhadas nos ambulatórios especializados do SUS Campinas e Porto Alegre.


Metodologia
Estudo transversal, cuja amostra foi calculada tendo em vista a prevalência do agravo, perfil de morbidade, características da população e cobertura populacional dos serviços de saúde existentes. O instrumento usado para a coleta de dados foi previamente testado à sua aplicação na totalidade da amostra e, então, selecionaram-se as usuárias aleatoriamente nos serviços especializados para responder oralmente o questionário. Realizou-se análise descritiva, a partir da distribuição de frequências absolutas e relativas, segundo as variáveis selecionadas. A associação entre as variáveis foi verificada pelo teste Qui-quadrado de Pearson, considerando-se um nível de significância de 5%.


Resultados
Respondidos 797 questionários (405 em Campinas e 391 em Porto Alegre). Os perfis encontrados foram de 32,1 e 28,3 anos como média de idade; 37,1 e 57,6% declaram-se brancas; 63,9% e 58,8% com Ensino Médio completo e cerca de 10% com plano de saúde em ambas as cidades. Cerca de 2/3 das gestantes nas duas cidades não haviam escolhido a forma de parto. Entre as mulheres que referiram escolha individual e do médico, 71,7% optou pela cesárea em Campinas e 55,8% em Porto Alegre. Na escolha individual da gestante, 84,4% optou pelo parto normal em Campinas e 94,1% em POA. Já entre as que referiram a possibilidade de decisão conjunta, 60,5% em Campinas e 25% em Porto Alegre optou pela cesárea.


Conclusões/Considerações
Verificou-se que o tema da via de parto é pouco presente nas consultas de pré-natal e, quando a mulher escolhe seu parto sozinha, opta pelo normal. Quando a decisão é só do médico, indica-se cesariana. Quando há cogestão desta decisão, prevalece a opção pela cesariana, porém em percentual mais baixo do que quando o médico decide sozinho. É fundamental aprofundar a discussão sobre assimetria de poder entre médicos e usuários na cogestão do cuidado.

Instituições
  • 1 UNICAMP
  • 2 UFRGS
Eixo Temático
  • Políticas e Gestão do Trabalho em Saúde