Favoritar este trabalho
Como citar esse trabalho?
Resumo

Período de Realização
O grupo de apoio a mulheres atua desde setembro de 2015 no morro do Preventório, Niterói, RJ.


Objeto da Experiência
Gestantes e puérperas articulam-se com extensionistas da Universidade Federal Fluminense buscando uma experiência prática de cuidado integral em saúde.


Objetivos
Em conjunto com mulheres pobres, majoritariamente negras, solteiras e usuárias do SUS, construir diálogos em combate à violência obstétrica, com compromisso de classe, refletindo sobre desmedicalização, produção de cuidados pelo afeto e participação ativa da mulher no processo de parturição.


Metodologia
Os encontros quinzenais, pautados na educação popular em saúde, consistem em diálogos e dinâmicas de grupos em rodas de conversa, que aliadas ao contato contínuo por redes sociais, possibilitam o vínculo de cuidado e a escuta ativa, essenciais para discutir as relações de opressão e resistência vivenciadas por mulheres que engravidam. As atividades contam com espaços para recreação com as crianças, ocupação de locais públicos e sessões fotográficas, alçando a politização da maternagem.


Resultados
O grupo pretende-se um ambiente de acolhimento, que incentiva o direito à escolha informada sobre os procedimentos, contra a rotina de apropriação do corpo e dos processos reprodutivos das mulheres. Após cinco grupos, todos celebrados com Chás de Bebê Coletivos, tem-se aprimorado o processo discursivo e o entendimento das demandas a partir das experiências pessoais de cada membra, propagando a visão do parto como um acontecimento corporal, psíquico, emocional, cultural, familiar e sexual.


Análise Crítica
O olhar cuidadoso sobre as múltiplas dimensões da gestação contribui para a formação em saúde centrada na pessoa, orientada para comunidade, privilegiando a integralidade no cuidado. Por isso estudantes e profissionais que fazem parte do projeto de extensão podem refletir sobre o poder/saber biomédico e os saberes populares, femininos e favelados, contribuindo para o reposicionamento de práticas banalizadas e maléficas e para o auxílio das usuárias na construção de processos de autocuidado.


Conclusões e/ou Recomendações
Ao se aproximarem e se fortalecerem, as mulheres podem dominar os modos de parir e desnaturalizar práticas que aumentam a mortalidade materna, como tratamentos desumanizantes, omissões, medicalização exagerada e patologização dos processos naturais. Este projeto de extensão universitária propõe-se a consolidar esse processo de tomada esclarecida de decisões no âmbito da saúde, valorizando lutas, saberes, desejos e identidades.

Instituições
  • 1 UFF
  • 2 UERJ
Eixo Temático
  • Gêneros, Sexualidade e Saúde