DESIGUALDADES NA DEMANDA DE PLANEJAMENTO FAMILIAR SATISFEITA POR MÉTODOS MODERNOS: EVOLUÇÃO ENTRE 1993 E 2016 EM PAÍSES DE BAIXA E MÉDIA RENDA

Vol 1, 2018 - 99596
Oral
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Resumo

Apresentação/Introdução
Ampliar a cobertura de programas de planejamento familiar é essencial para alcançarmos acesso universal em saúde sexual e reprodutiva. Apesar dos esforços recentes para atingir populações desfavorecidas e aumentar a utilização de métodos de planejamento familiar em todos os grupos, muitas mulheres em países de baixa e média renda continuam não tendo a sua demanda por planejamento familiar satisfeita.


Objetivos
Analisar a evolução na cobertura e na equidade em níveis nacional e regional no indicador de demanda por planejamento familiar satisfeita por métodos contraceptivos modernos (DPFSm) em países de baixa e média renda.


Metodologia
Foram analisados inquéritos de base populacional (Demographic Health Surveys e Multiple Indicator Surveys) realizados entre 1993 e 2016 em 70 países de baixa e média renda. As medidas de desigualdade utilizadas foram o índice de desigualdade absoluta (slope index of inequality), para desigualdade absoluta, e o índice de concentração (concentration index), para desigualdade relativa. A amostra foi restrita a mulheres em idade reprodutiva (15-49 anos de idade), casadas ou em união. A variação anual média na cobertura e na desigualdade em DPFSm foi estimada a nível nacional e regional, através de médias regionais não ponderadas.


Resultados
Em geral, a DPFSm aumentou durante o período. O aumento mais rápido foi observado para a África Oriental e Austral [1,8 ponto percentual (p.p.) por ano, em média]. A África Ocidental e Central manteve um nível baixo de cobertura (inferior a 40%), com um aumento anual médio de 1,0 p.p. As desigualdades diminuíram, especialmente no Oriente Médio e Norte da África (2,3 p.p. por ano, em média) enquanto que África Ocidental e Central e CEE/CIS não apresentaram mudanças apreciáveis. Em nível nacional, a maioria dos países apresentou aumento na DPFSm e redução nas desigualdades, exceto a República Centro-Africana e o Congo (aumento médio da desigualdade absoluta de 2,7 e 1,9 p.p. por ano, respectivamente).


Conclusões/Considerações
DPFSm está aumentando e desigualdades diminuindo ao longo de tempo. No entanto, o progresso é lento em algumas regiões, especialmente na África Ocidental e Central que mantém baixos níveis de cobertura e altos níveis de desigualdade. Um progresso mais rápido é necessário em todas as regiões, porém políticas públicas devem ser priorizadas onde o progresso tem sido ainda mais lento ou inexistente.

Instituições
  • 1 Programa de Pós-graduação em Epidemiologia, Centro Internacional de Equidade em Saúde
  • 2 Programa de Pós-graduação em Epidemiologia, Centro Internacional de Equidade em Saúde, Universidade Federal de Pelotas
  • 3 International Center for Equity in Health/ UFPel
  • 4 Centro Internacional de Equidade em Saúde, Universidade Federal de Pelotas
Eixo Temático
  • Gêneros, Sexualidade e Saúde