Anais do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Anais do 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

Apresentação/Introdução
A anamnese enquanto construção de ideias durante a busca por verdades na memória deve ser reintroduzida à prática médica, buscando a compreensão do paciente enquanto indivíduo completo, cujo a patologia é um reflexo do seu histórico pessoal e social,através de estratégias do cuidar de si e alteridade.



Objetivos
Analisar obras de Foucault, Levinas, Heidegger, Baudrillard e Byung-Chul Han associando os conceitos abordados com a prática da anamnese atual, com intuito de contribuir para a retomada da anamnese enquanto estudo mais amplo do ser.



Metodologia
Este trabalho foi realizado a partir do método qualitativo, com três etapas metodológicas. A exploratória com leitura imanente dos autores Foucault, Lévinas, Heidegger, Baudrillard e Byung-Chul Han, seguida de fichamentos de obras e debate dos conceitos abordados.Em seguida a descritiva com uso do método comparativo para determinar as aproximações e distanciamentos entre a clínica e a filosofia. E por fim a explicativa, com a análise das contribuições filosóficas das categorias cuidar de si, alteridade e conhecimento para a anamnese enquanto prática clínica.


Resultados
Segundo Byung-Chul Han a sociedade enfrenta uma perda da alteridade que leva a superprodução do eu, sem uma construção dialética a partir do outro. De acordo com Baudrillard: um empobrecimento humano por meio de um narcisismo cultural. Isso resulta na incapacidade de se ver no outro e de a partir desse contato perceber seu sofrimento, como defendido por Lévinas, resultando em falhas clínicas e no não desenvolvimento de novas técnicas. Caracterizando um cenário divergente dos princípios de Foucault, para o qual a técnica se sobrepõe ao conhecimento e as estratégias do cuidar de si são sobrepostas por uma introspecção, tal quadro leva ao não conhecer do paciente e do seu contexto social.


Conclusões/Considerações
Portanto, compreender a anamnese para além de um simples questionário é essencial para o desenvolvimento de uma prática médica humanizada e dos profissionais de saúde enquanto seres éticos. Concluímos que na construção do saber a partir do outro é importante tê-lo como seu complemento. Dessa forma teremos a informação mais adequada à verdade do quadro clínico