Anais do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Anais do 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

Apresentação/Introdução
A mudança no perfil de adoecimento da população ao longo das últimas décadas trouxe novas demandas de saúde. Criado para contribuir para a promoção da saúde da população e produção do cuidado, o Programa Academia da Saúde (PAS) é uma estratégia para reduzir fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis.


Objetivos
Compreender as representações de profissionais do PAS sobre saúde e doença e o próprio programa, e suas implicações nas atividades de promoção à saúde.


Metodologia
Trata-se de pesquisa qualitativa, com suporte na teoria das Representações Sociais em uma vertente sociológica construtivista proposta por Giami e Veil. A coleta dos dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas, em profundidade, com 32 trabalhadores do PAS de Belo Horizonte (15 coordenadores e 17 profissionais da assistência), todos profissionais de educação física. As análises foram realizadas por meio do método de Análise Estrutural de Narração que considera que tudo tem sentido nas falas dos sujeitos.


Resultados
A média de idade de coordenadores e profissionais da assistência foi de 41 anos e 31,7 anos respectivamente. Estes últimos são 100% concursados. Nas coordenações apenas 26,6% são efetivos. A análise permitiu a interpretação das narrativas que evidenciaram que estes profissionais têm representações centrais sobre saúde e doença contraditórias, direcionando a saúde como o oposto à doença e refletem o ponto de vista do senso comum. Porém, estes profissionais reconhecem, de forma ainda periférica, que saúde é mais do que ausência de doença, entendendo que os determinantes sociais de saúde estão presentes no processo saúde doença.


Conclusões/Considerações
Para manterem paralelas essas representações, os profissionais apoiam-se no discurso oficial que criou o Programa, na ciência e no senso comum, mas o modelo biomédico é ainda muito presente. No entanto, há rupturas no conjunto destas representações, pois se incluem, mesmo que perifericamente, pontos de vista que ampliam os horizontes da prática em saúde, voltados para a construção da promoção da saúde como um bem e um direito.