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Apresentação/Introdução
Atividades teatrais com motes científicos marcam presença em centros e museus de ciência em diversos países, inclusive no Brasil. No Rio de Janeiro, o Museu da Vida, vinculado à Fiocruz, conta com um rico repertório de produções teatrais sobre temas de ciência e saúde. Mas, apesar das diversas iniciativas práticas na área, são ainda poucos os estudos latino-americanos que se debruçam sobre ela.
Objetivos
O objetivo do trabalho é analisar a recepção da peça O rapaz da rabeca e a moça Rebeca, produzida e montada no Museu da Vida/Fiocruz, e, assim, contribuir para o melhor entendimento sobre o papel do teatro na divulgação científica.
Metodologia
Para a análise da peça, utilizamos métodos quantitativos e qualitativos, buscando considerar as diversas etapas de realização do espetáculo. Conversamos com os idealizadores da peça, fizemos observação participante durante as encenações, acompanhamos os debates realizados após as apresentações, aplicamos questionários pós-peça e entrevistamos grupos de visitantes espontâneos em fins de semana. O nosso corpus de análise se divide em dois, o de público escolar (7 apresentações, 6 debates e 274 questionários) e o de visitantes espontâneos (2 apresentações, 72 questionários, 2 entrevistas em grupo pós-peça). Os dados coletados foram submetidos à análise estatística e à análise do discurso.
Resultados
Dentre os principais resultados quantitativos, identificamos: um público pouco assíduo ao teatro; uma recepção bastante positiva da peça, sobretudo entre jovens de 15 a 19 anos; e um percentual de notas máximas dadas à peça maior do que de interesse máximo declarado por teatro em geral. Dos resultados qualitativos, destacamos: o teor positivo de comentários sobre a peça; a qualificação da peça como divertida e engraçada, ao mesmo tempo que informativa e educativa; elogio em relação ao casamento acertado entre forma e conteúdo. Para o público, as mensagens que prevaleceram foram da importância da prevenção, da quebra do tabu em torno da doença e da desconstrução do preconceito.
Conclusões/Considerações
Nossos dados indicam que a interação entre ciência e teatro tem sido positiva para a divulgação científica. No caso analisado, proporcionou uma experiência positiva para o público, apesar de parte importante dele não ter escolhido ver a peça, não ter o teatro entre as preferências de lazer e de o espetáculo abordar um tema sério e pesado. A peça foi capaz de gerar reflexão e debate, além de oferecer espaço para obter informação e tirar dúvida.
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