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Apresentação/Introdução
Ao longo dos anos, o novo perfil educacional tem possibilitado o aumento da precarização, mercantilização do ensino e a intensificação do trabalho docente. Este novo contexto de ensino têm acarretado alterações nas características psicossociais do trabalho e favorecido o aparecimento do estresse ocupacional, alterações do sono e outros desequilíbrios que impactam na saúde dos trabalhadores.
Objetivos
Investigar a associação entre os aspectos psicossociais do trabalho e a qualidade de sono ruim em docentes do ensino superior de uma universidade pública na Bahia.
Metodologia
Estudo transversal com 423 docentes. A qualidade de sono ruim foi mensurada por meio da escala Mini-Sleep Questionnaire (MSQ), Os aspectos psicossocias do trabalho foram avaliados pelo Job Content Questionnaire (JCQ), instrumento base para o Modelo Demanda Controle (MDC). As covariáveis de interesse foram aquelas relacionadas as características sociodemográficas, de saúde, qualidade de vida e atividade física. Foram realizadas análises descritivas e bivariadas. Estimaram-se as razões de prevalências e respectivos intervalos de confiança. A análise de regressão logística múltipla foi realizada para analise de modificadores de efeito e confundidores.
Resultados
A prevalência de qualidade de sono ruim atingiu 61,3% dos docentes. A da qualidade de sono ruim foi mais elevadas entre os docentes que referiram avaliação da saúde (RP=1,45) e qualidade de vida (RP=1,46) ruins, e ter menos de 6 horas de sono (RP=1,38). A alta exigência no trabalho apresentou prevalência 35% (RP=1,35) mais elevada de qualidade de sono ruim, comparado ao grupo de docentes com baixa exigência no trabalho. A associação entre os aspectos psicossociais do trabalho e a qualidade de sono não se revelou homogênea entre os docentes, pois a prática de atividades física modificou o efeito das experiências de trabalho associadas à qualidade de sono ruim.
Conclusões/Considerações
É possível que os desequilíbrios entre as demandas requisitadas e o controle sobre o trabalho docente possam estar exigindo o uso de maior tempo para o cumprimento das atividades acadêmicas, o que pode inviabilizar a prática de atividades físicas, e consequentemente, diminuir o tempo e a qualidade do sono, já que, o dispêndio de esforços para o cumprimento das atividades do trabalho, na maioria do tempo é realizada fora do ambiente acadêmico.
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