APOIO ÀS VÍTIMAS INDIRETAS DOS HOMICÍDIOS: EXPERIÊNCIA BRASILEIRA RETRATADA NA MÍDIA

Vol 1, 2018 - 102669
Oral
Favoritar este trabalho
Como citar esse trabalho?
Resumo

Apresentação/Introdução
Frente à complexidade da morte por homicídio, a família e os amigos da vítima são atores sociais que precisam receber assistência e apoio. São vítimas indiretas que sofrem consequências em sua saúde física e mental, nas relações sociais e familiares, e que são diretamente afetados pela ausência de apoios e atendimentos que os fazem seguir um itinerário de sofrimento em busca de serviços.


Objetivos
Identificar e analisar experiências brasileiras de apoio social às vítimas indiretas dos homicídios, publicadas em jornais/portais de notícias na internet.


Metodologia
Realizou-se pesquisa documental em jornais de abrangência nacional e regional online, publicados em 2016, buscando notícias sobre iniciativas de apoio social a familiares de vítimas de homicídio. A busca realizada no Google usou as palavras chave apoio, famílias, vítimas, homicídio e os filtros foram determinados pelas ferramentas país (Brasil), idioma (português) e período (ano 2016). As notícias foram lidas integralmente e as selecionadas submetidas a um questionário com questões fechadas e abertas, para coletar dados dos jornais, da matéria jornalística e da iniciativa de apoio social às famílias das vítimas de homicídio.


Resultados
Foram identificadas 1.040 notícias, dentre as quais 33 se referiam a iniciativas de apoio às vítimas indiretas de homicídio. Grande parte se referia a notícias de cidades do sudeste (13) e nordeste (10). Em 23 reportagens, quem recebeu apoio foram cônjuges, mães e/ou irmãos das vítimas; nas demais, família e amigos surgem solicitando algum tipo de assistência. O atendimento jurídico é o mais frequentemente relatado nos sites, seguido pelo apoio financeiro e psicológico. A inserção de familiares em programas de proteção a testemunha e o atendimento de saúde foram citados em apenas uma notícia cada. Órgãos como Defensoria Pública, Ministério Público e ONG foram os que mais apoiaram as vítimas.


Conclusões/Considerações
As vítimas indiretas dos homicídios surgem fragilizadas, sem a devida assistência e, muitas vezes, sem saber onde buscar e encontrar apoio. A participação ínfima dos serviços de saúde nessa atenção ficou clara nos resultados da pesquisa e reflete uma ausência de orientações práticas sobre como devem atuar nesse contexto específico. A magnitude dos homicídios no Brasil impõe a necessidade de avançar na abordagem à saúde de suas vítimas indiretas.

Instituições
  • 1 UFMG
  • 2 Programa Pibic/Ensp/Fiocruz
Eixo Temático
  • Violências e Saúde